Segundo o coordenador de Comunicação Social da PM fluminense, coronel Frederico Caldas, formar um grande número de policiais em um curto espaço de tempo “não é o ideal, mas é preciso” (Marcello Casal Jr./ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h34.
São Paulo - Diante da manutenção da intenção de greve por líderes dos bombeiros e de policiais civis e militares, o governo do estado pretende lançar mão de auxílio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança para manter a segurança e o atendimento de emergência no estado. Na manhã desta quinta-feira, autoridades de segurança se reuniram no Comando Militar do Leste, com o general Adriano, para acertar a colaboração do Exército com o policiamento ostensivo, função que cabe à Polícia Militar. De acordo com o coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil, o Exército está preparado para destinar 14 mil militares para o estado. A Força Nacional de Segurança está preparada para deslocar 300 homens para o Rio, que assumiriam o suporte aos bombeiros – por terem treinamento para situações semelhantes.
Simões também anunciou que, em função do anúncio de que os manifestantes querem manter a greve, estão suspensos os trabalhos administrativos na corporação. Os cerca de 2 mil militares lotados em funções administrativas vão se juntar a outros 700 que estão temporariamente em cursos de formação e aperfeiçoamento para auxiliar no atendimento à população. Segundo o coronel, os comandos dos Bombeiros têm desses 2.700 militares o compromisso de não aderir à greve. “Mesmo no pior cenário, o atendimento à população está garantido”, disse Simões.
Em nota da Secretaria de Segurança, o secretário José Mariano Beltrame tenta tranquilizar a população. “Quero dizer à população que nós temos um prototolo de ações para essas situações. Um protocolo de como agirmos em situações como essa, embora eu não acredite que isso (a greve) ocorra”, afirmou. As medidas listadas pela nota incluem o CML.
Assim como ocorre na ocupação do Complexo do Alemão, a participação do Exército em funções de policiamento se dá por meio de um acordo político. A legislação restringe esse tipo de uso das Forças Armadas a situações de intervenção federal, mesmo que a pedido do governo do estado – o que não ocorreu. “Essa é uma combinação, um rito entre o estado e as Forças Armadas”, explicou Simões, sem comentar o desrespeito ao mecanismo previsto em lei.
Beltrame lamentou que a resolução do impasse não passe pelo diálogo. E, mais uma vez, disse confiar no “bom senso” dos policiais – apesar de não haver qualquer indício de que os líderes do movimento estejam dispostos a recuar na intenção de paralisação. “Eu acho que as situações na vida da gente se resolvem com ordem e diálogo. O nosso foco está no interesse público, na manutenção da paz e da ordem no Rio de Janeiro. Confio na responsabilidade e no bom senso dos policiais”, diz a nota.
Assembleia - A intenção dos grevistas era a de reunir 100 mil pessoas na Cinelândia a partir das 18h desta quinta-feira, usando para isso parentes de policiais e bombeiros. Faltando cerca de uma hora para a assembleia, pouco mais de 100 pessoas estava no local.