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Rio proporá de rede de atendimento a usuários de crack

O prefeito classificou a situação de dependentes de crack no Rio como uma epidemia e admitiu a dificuldade de combater as cracolândias existentes em diversos pontos


	Viciados em crack: durante a entrevista, Paes disse que uma agravante é o fato de grande parte da população usuária de crack se encontrar na classe baixa
 (©AFP / antonio scorza)

Viciados em crack: durante a entrevista, Paes disse que uma agravante é o fato de grande parte da população usuária de crack se encontrar na classe baixa (©AFP / antonio scorza)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 12h25.

Rio de Janeiro - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje (24) que irá se reunir com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e propor uma parceria para a criação de uma rede de atendimento para usuários de crack.

“É claro que tem o papel policial de combate ao tráfico, mas, quando se lida com usuário, é um caso de saúde pública, não vai sair prendendo usuários, porque as pessoas estão completamente fora de si", disse em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

O prefeito classificou a situação de dependentes de crack no Rio como uma epidemia e admitiu a dificuldade de combater as cracolândias existentes em diversos pontos do município. Segundo ele, os usuários não são obrigados a ficar nos abrigos disponibilizados pela prefeitura.

Hoje a prefeitura do Rio fez uma operação policial para tentar fechar a cracolândia em frente ao complexo da Maré.

Na última segunda-feira (22), Eduardo Paes anunciou, durante visita à comunidade do Jacarezinho, que pretende criar, em caráter emergencial, cerca de 600 vagas para a internação compulsória de adultos dependentes de crack. Entidades e organizações da sociedade civil criticaram a proposta do prefeito.

Durante a entrevista, Paes disse que uma agravante é o fato de grande parte da população usuária de crack se encontrar na classe baixa. "Pelo fato de a droga ser muito barata, ela entra nas camadas mais pobres da população, que não vão ter condições de pagar uma clínica particular. Cada história é um drama pessoal, o que leva a pessoa, ou um jovem a entrar nessa situação. São dramas da vida", ressaltou.

Desde o dia 31 de março de 2011, quando a secretaria municipal de Assistência Social deu início às operações conjuntas com os órgãos de segurança para combater o crack, foram promovidas 105 ações nas principais cracolândias do município. Ao todo, foram 5.112 acolhimentos, sendo 4.439 adultos e 693 crianças e adolescentes. No ano passado, 2.924 pessoas foram acolhidas no total, sendo 2.476 adultos e 448 crianças e adolescentes. Já neste ano, 2.198 acolhimentos foram feitos, sendo 1.952 adultos e 246 crianças e adolescentes em 41 operações.

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