Brasil

Rigor na avaliação do EaD contribui para queda de matrículas

Número de matrículas no ensino superior à distância teve queda de 5% em relação ao apurado no último censo, de 2012


	Paim: rigor com a qualidade dos cursos a distância contribuiu para redução do número de matrículas nessa modalidade de ensino
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Paim: rigor com a qualidade dos cursos a distância contribuiu para redução do número de matrículas nessa modalidade de ensino (Valter Campanato/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 17h57.

Brasília - Os cursos de educação a distância representam cerca de 15% das matrículas de graduação no país. Em dez anos, o número aumentou quase 25 vezes. Em 2003, havia 52 cursos desse tipo no país; no ano passado, o número chegou a 1.258. Os dados são do Censo da Educação Superior 2013, divulgado hoje (9) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O número, no entanto, caiu 5% em relação ao apurado no último censo, de 2012. Enquanto isso, o ingresso na educação presencial manteve-se praticamente constante, com variação positiva de 1%. O ministro da Educação, Henrique Paim, apontou a modalidade como uma das causas da redução do crescimento das matrículas no ensino superior.

Paim disse que o Ministério da Educação (MEC) tem a preocupação de garantir a qualidade de tais cursos e atribuiu a esse maior rigor a queda nas matrículas. "Vários processos seletivos foram suspensos por medidas regulatórias e de supervisão porque não demonstraram qualidade ou demonstraram reincidência em avaliações de desempenho", explicou.

Na modalidade de curso a distância, 39,1% das matrículas são de licenciatura, 31,3% no bacharelado e 29,6% em curso tecnológico. A rede privada concentra 86,6% das matrículas. Dos 2,7 milhões dos que ingressaram em 2013 na graduação, 18,8% optaram por essa modalidade de curso.

O ministro destacou o ensino a distância como forma de garantir uma boa formação aos professores, independentemente de terem acesso a um curso presencial. "Vamos ter que usar essa ferramenta. É uma ferramenta importante para que se possa avançar na formação de professores, sim", afirmou Paim, em entrevista coletiva.

O presidente do Inep, Chico Soares, ressaltou que o ensino a distância ainda é uma modalidade nova e muitas vezes recebida com "com uma certa crítica", mas que tem crescido e que, atualmente, como mostram os dados, extrapola a formação de professores e chega a bacharelados e cursos tecnológicos.

Paim destacou que a preocupação do MEC é com um novo marco regulatório para a modalidade. Posteriormente, poderá ser discutido o financiamento estudantil pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para educação a distância. O novo marco está sendo elaborado pelo Conselho Nacional de Educação. Entre as mudanças previstas está uma nova avaliação para a modalidade. Até novembro, um documento consolidado deverá ser enviado ao MEC.

Acompanhe tudo sobre:Ensino superiorGraduaçãoMEC – Ministério da Educação

Mais de Brasil

Lula se encontra com ministros nesta sexta para balanço da gestão e confraternização

CNH: além de exame toxicológico, PL aprovado no Senado aumenta pontuação para suspensão de carteira

Lira encerra mandato na presidência da Câmara e diz que não terá problemas em voltar a ser deputado

Veja como votou cada deputado na proposta do pacote de corte de gastos