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Revista The Economist diz que Bolsonaro é uma "ameaça à democracia"

Revista britânica afirmou que o deputado e pré-candidato seria um presidente "desastroso"

Jair Bolsonaro (REUTERS/Ricardo Moraes/Reuters)

Jair Bolsonaro (REUTERS/Ricardo Moraes/Reuters)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 15h30.

São Paulo - Para a revista britânica The Economist, o deputado federal e pré-candidato Jair Bolsonaro seria um presidente "desastroso" e uma "ameaça à democracia".

"Sua reverência pela ditadura faz dele uma ameaça à democracia, em um país já fragilizado pela exposição das fraudes políticas e pela miséria gerada pela crise econômica", afirma.

Em editorial publicado na edição desta semana, a revista aponta que há poucos indícios de que o deputado entenda os problemas econômicos do Brasil a ponto de conseguir solucioná-los.

Relembrando a trajetória do ex-militar, escreve que ele era, até recentemente, um político de pouca projeção cujo maior talento era ofender as pessoas e criar polêmicas.

Seu apelo, continua o texto, se deve ao momento de crise política e econômica enfrentado pelo Brasil, para os quais Bolsonaro oferece soluções "brutais".

O discurso tem apelo entre os brasileiros que estão cansados da política tradicional, já que poderia encarnar um não-político.

Mas mesmo este apelo, diz a revista, é limitado: 60% da população afirma que não votaria nele, três vezes a proporção das pessoas que o apoiam.

Sem coligações partidárias importantes, ainda segundo a Economist, mesmo que Bolsonaro vá para o segundo turno, a probabilidade é que os eleitores escolham seu opositor, mesmo que a contragosto.

Chegar ao segundo turno, no entanto, já seria ir longe demais, diz a revista. "Outros países com a mesma mistura de criminalidade, insatisfação com as elites e agonia econômica elegeram líderes radicais, que os especialistas já consideravam fora do páreo. Isso poderia acontecer de novo".

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