Resultado da urna expõe país polarizado
Pela sexta disputa presidencial seguida PT e PSDB vão ao 2.º turno para decidir quem governa o Brasil nos quatro anos seguintes
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 10h36.
São Paulo - Pela sexta disputa presidencial seguida PT e PSDB vão ao 2.º turno para decidir quem governa o Brasil nos quatro anos seguintes - uma polarização que já pode ser descrita como símbolo de uma época. A virada do tucano Aécio Neves sobre Marina Silva (PSB) na semana final da campanha garante que, de novo, os dois partidos dominarão a cena no combate final.
Dos cinco embates ocorridos desde 1994, o PT venceu três, mas os dois vencidos pelo PSDB foram decididos em 1.º turno - ambos graças a Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998. Nesses vinte anos, seis políticos entraram nesse fechado clube de finalistas - Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff pelo PT, e do lado tucano FHC, José Serra, Geraldo Alckmin e agora Aécio Neves.
Dois grandes projetos compõem o pano de fundo desses 20 anos de combate eleitoral. De um lado o Plano Real, que embalou os tucanos nos anos 90 e lhes garantiu dois mandatos. Lula rompeu esse ciclo e, com o Bolsa Família, garantiu o predomínio do PT desde então.
Num balanço desse período, o cientista político Marcos Nobre avaliou que o sucesso eleitoral dos programas sociais permitiu a Lula "ampliar de tal maneira o centro político que a polarização praticamente desapareceu" e que ao PSDB sobrou a alternativa de "aderir ou encantoar-se na extrema direita".
E cada uma das cinco eleições teve um fator decisivo. Em 1994, o tucano FHC galopou no sucesso do Plano Real, ganhando com folga no 1.º turno. Quatro anos depois, em tempos de crise, ele vendeu a ideia de que era melhor mantê-lo no cargo do que dá-lo a um novato - e venceu Lula de novo.
A virada do PT começou em 2002, quando Lula derrotou José Serra. O petista repetiu o feito em 2006, sobrevivendo ao mensalão para derrotar Geraldo Alckmin. Em 2010, Dilma Rousseff, carregada por Lula, derrotou José Serra.
'Clássico'
No final da manhã deste domingo, 5, a polarização já era dada como certa pelos líderes dos dois lados. Perguntado se haveria novo "clássico" entre PT e PSDB, Lula disse, no ABC: "Acho que sim, não se inventa candidatura de última hora" - uma referência à derrota da candidata Marina Silva (PSB).
Em São Paulo, Fernando Henrique batia na mesma tecla e dizia que "ele (Aécio) ganhando, Marina terá de vir para o nosso lado". O prefeito paulistano Fernando Haddad foi mais longe: "Sempre acreditei na polarização, porque PT e PSDB são os partidos mais estruturados".
Para o cientista político Fábio Wanderley Reis, da UFMG, a polarização é um fenômeno útil ao País: "Acho positiva essa disputa entre dois grandes grupos".
Sua explicação é que esse processo ajuda a criar, entre os brasileiros, "a expectativa de consolidação de um sistema bipartidário e simplificado,", Que, resume o professor, "é uma projeção direta do processo que o País tem vivido". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Pela sexta disputa presidencial seguida PT e PSDB vão ao 2.º turno para decidir quem governa o Brasil nos quatro anos seguintes - uma polarização que já pode ser descrita como símbolo de uma época. A virada do tucano Aécio Neves sobre Marina Silva (PSB) na semana final da campanha garante que, de novo, os dois partidos dominarão a cena no combate final.
Dos cinco embates ocorridos desde 1994, o PT venceu três, mas os dois vencidos pelo PSDB foram decididos em 1.º turno - ambos graças a Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998. Nesses vinte anos, seis políticos entraram nesse fechado clube de finalistas - Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff pelo PT, e do lado tucano FHC, José Serra, Geraldo Alckmin e agora Aécio Neves.
Dois grandes projetos compõem o pano de fundo desses 20 anos de combate eleitoral. De um lado o Plano Real, que embalou os tucanos nos anos 90 e lhes garantiu dois mandatos. Lula rompeu esse ciclo e, com o Bolsa Família, garantiu o predomínio do PT desde então.
Num balanço desse período, o cientista político Marcos Nobre avaliou que o sucesso eleitoral dos programas sociais permitiu a Lula "ampliar de tal maneira o centro político que a polarização praticamente desapareceu" e que ao PSDB sobrou a alternativa de "aderir ou encantoar-se na extrema direita".
E cada uma das cinco eleições teve um fator decisivo. Em 1994, o tucano FHC galopou no sucesso do Plano Real, ganhando com folga no 1.º turno. Quatro anos depois, em tempos de crise, ele vendeu a ideia de que era melhor mantê-lo no cargo do que dá-lo a um novato - e venceu Lula de novo.
A virada do PT começou em 2002, quando Lula derrotou José Serra. O petista repetiu o feito em 2006, sobrevivendo ao mensalão para derrotar Geraldo Alckmin. Em 2010, Dilma Rousseff, carregada por Lula, derrotou José Serra.
'Clássico'
No final da manhã deste domingo, 5, a polarização já era dada como certa pelos líderes dos dois lados. Perguntado se haveria novo "clássico" entre PT e PSDB, Lula disse, no ABC: "Acho que sim, não se inventa candidatura de última hora" - uma referência à derrota da candidata Marina Silva (PSB).
Em São Paulo, Fernando Henrique batia na mesma tecla e dizia que "ele (Aécio) ganhando, Marina terá de vir para o nosso lado". O prefeito paulistano Fernando Haddad foi mais longe: "Sempre acreditei na polarização, porque PT e PSDB são os partidos mais estruturados".
Para o cientista político Fábio Wanderley Reis, da UFMG, a polarização é um fenômeno útil ao País: "Acho positiva essa disputa entre dois grandes grupos".
Sua explicação é que esse processo ajuda a criar, entre os brasileiros, "a expectativa de consolidação de um sistema bipartidário e simplificado,", Que, resume o professor, "é uma projeção direta do processo que o País tem vivido". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.