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Restrições contra covid-19 causam fila em balsa e aglomeração em Ilhabela

Turistas relataram terem esperado quase duas horas para conseguir um lugar na balsa, uma vez que os moradores locais tinham preferência

Ilhabela: em números, a média móvel de casos cresceu 98% nos últimos 14 dias (Reprodução/Wikimedia Commons)

Ilhabela: em números, a média móvel de casos cresceu 98% nos últimos 14 dias (Reprodução/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 07h19.

Medidas de prevenção ao coronavírus adotadas pela prefeitura causaram filas e aglomerações no acesso às balsas que ligam o continente a Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, neste fim de semana. Desde as 6 horas de sábado, agentes da prefeitura passaram a medir a temperatura e fiscalizar o uso de máscaras de moradores e turistas.

Para manter o distanciamento, as balsas passaram a operar com 70% da capacidade, afunilando o acesso. A secretária de Turismo, Bianca Colepicolo, disse que as medidas vão continuar e pediu às agências de turismo que remarquem as excursões a Ilhabela para depois da pandemia.

Muitos turistas registraram em redes sociais a fila longa e sem distanciamento entre as pessoas já na manhã de sábado. Alguns relataram terem esperado quase duas horas para conseguir um lugar na balsa, uma vez que os moradores locais tinham preferência e passavam à frente. Na manhã de domingo, as filas continuavam. Em três horas, das 5 às 8, mais de 1,8 mil pessoas se apresentaram para a travessia. Nas tendas de espera, onde era feita a medição da temperatura, os bancos foram retirados para evitar aglomeração.

No interior da ilha, os ônibus do transporte coletivo estavam circulando com espaços internos marcados e lotação reduzida para manter a distância entre os passageiros. Com isso, os pontos de embarque ficaram cheios. Uma moradora que se identificou como Márcia Cristina ficou surpresa com a aglomeração quando tomava um ônibus para ir ao mercado. "Tinha muita gente se empurrando e gritando para entrar nos ônibus que iam para a costa sul", disse.

Conforme a secretária de Turismo, Bianca Colepicolo, 40% das pessoas que atravessam de balsa são turistas de um dia. "A gente avisou as pessoas que ia ter fila e demorar o embarque. Sugerimos que remarcassem, mas vieram mesmo assim.

Em sua página no Facebook, a secretária disse que o turismo não é o vilão da covid-19 e pode ser a solução para a economia. "Mas o excesso de pessoas compartilhando transporte e andando em grandes grupos, sem nenhuma proteção, é ruim para todos. É um paradoxo que estamos enfrentando com bravura para que Ilhabela não volte a fechar. Sabemos que é um transtorno para quem vem buscar um passeio, mas essa é a única forma de convencer a desmarcar, e a gente tem de manter."

Campanha

Um aumento de 36% nos casos de coronavírus nos últimos 30 dias em comparação com o período anterior levou a prefeitura também a adotar uma medida inusitada. Pacientes com traumas leves e outras doenças serão transferidos para um hospital de campanha, a fim de liberar vagas para pacientes com covid-19 na estrutura hospitalar convencional. O hospital de campanha está sendo montado no estacionamento do Hospital Mário Covas, que é municipal. Em números, a média móvel de casos cresceu 98% nos últimos 14 dias, em relação ao período anterior, passando de 19 para 32 casos diários.

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