Renúncia de Nuzman foi "alívio", diz novo presidente do COB
Paulo Wanderley Teixeira assume agora como presidente e já avisou que pretende ficar no posto pelo menos até 2020
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de outubro de 2017 às 19h48.
Última atualização em 11 de outubro de 2017 às 21h13.
Rio - Minutos após Carlos Arthur Nuzman renunciar à presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a entidade que comanda o esporte olímpico nacional conheceu nesta quarta-feira seu novo mandatário até 2020.
Eleito vice-presidente na chapa de Nuzman no ano passado, Paulo Wanderley Teixeira assume agora como presidente e já avisou que pretende ficar no posto pelo menos até 2020.
Depois, deverá concorrer para se manter até 2024. Sobre a renúncia de Nuzman, o novo mandatário disse que o COB recebeu a carta "com alívio".
O dirigente elogiou a trajetória esportiva de Nuzman - preso desde a quinta-feira passada no curso da Operação Unfair Play - e lamentou "pessoalmente" a renúncia, mas reiterou a importância do ato para tentar afastar o foco das investigações do comitê.
Além disso, o COB está suspenso pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por motivos de "governança", e a saída de Nuzman era uma exigência velada.
"Sobre a decisão pessoal do Carlos Arthur Nuzman, de renunciar, já era aguardado, mas era uma incógnita", afirmou Paulo Wanderley, que concedeu entrevista coletiva no fim da tarde, logo após encerrar a assembleia extraordinária convocada pelo COB.
"O sentimento da comunidade (presidentes de confederações) é de lamentar. Mas da instituição, da organização, é de alívio."
O novo presidente já avisou que ficará no cargo até o fim do atual ciclo olímpico, e deu a entender que seguirá no cargo depois disso.
"Eu fui eleito para um mandato de quatro anos, um ciclo olímpico, de acordo com o estatuto. Vim a convite do presidente Nuzman, como vice indicado pelas confederações. A intenção, a pretensão e a legalidade estatutária, preveem mandato de quatro anos, o qual eu pretendo cumprir", disse Paulo Wanderley.
Ao final, lembrou que a legislação brasileira prevê no máximo uma recondução ao cargo e disse que "sua vida útil olímpica" é de oito anos.
Estatuto
Em até 45 dias, um novo estatuto deverá ser apresentado. Uma comissão formada por três presidentes de confederações mais o judoca Tiago Camilo, que preside a Comissão de Atletas do COB, vai trabalhar na elaboração.
Eles trabalharão em conjunto com advogados especialistas na área, entidades ligadas a atletas, Ministério do Esporte e comissão de esportes do Congresso Nacional.
"A comissão vai juntar a opinião de todos os órgãos e movimentos de atletas, para apresentar à assembleia. Fazem parte dessa comissão eu, como presidente da CBVela, o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (José Antonio Martins Fernandes), presidente da Confederação Brasileira de Esgrima (Ricardo Machado) e o Tiago Camilo", explicou Marco Aurélio de Sá Ribeiro.
"Precisamos reformular nosso movimento olímpico. A segunda preocupação é de não parar nosso movimento porque estamos no meio de um ciclo até Tóquio."