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Mesmo com vitória no STF, Renan segue em risco

Decisão do STF deixou presidente do Senado ainda mais poderoso, mas influência tem prazo de validade

O presidente do Senado, Renan Calheiros 08/12/2016 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Senado, Renan Calheiros 08/12/2016 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 10 de dezembro de 2016 às 07h28.

Última atualização em 10 de dezembro de 2016 às 07h54.

Brasília – A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter Renan Calheiros à frente da presidência do Senado foi recebida como vitória pelo peemedebista e seus aliados. Ainda assim, o parlamentar sabe que as acusações que recaem sobre ele o fragilizam e colocam em risco a sua vida política.

Em conversas privadas, Renan teria afirmado que está consciente de que, no âmbito da Justiça, sua vida será mais difícil daqui para frente.

Ao todo, o presidente do Senado é alvo de 12 inquéritos, onde é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro; mais dois por peculato e até por formação de quadrilha. Ele já é réu por peculato.

Na semana passada, o peemedebista não escondeu a surpresa que teve com a decisão do Supremo de torná-lo réu. A pessoas próximas, Renan admitiu que estava certo de que o veredicto da Corte seria outro.

Além dos dois ministros que queriam o cumprimento da liminar do ministro Marco Aurélio Mello – que pedia o afastamento de Renan da presidência do Senado e a sua retirada da linha sucessória da Presidência -, até mesmo os seis magistrados que optaram por deixá-lo no comando da Casa fizeram críticas contundentes ao peemedebista.

“Ao ler os votos dos ministros, Renan não escondeu a preocupação. Ele sabe que a situação dele é complicada e tem consciência de que quase ultrapassou os limites ao ignorar o oficial de justiça e afrontar a decisão do ministro Marco Aurélio”, afirmou uma fonte próxima a Renan a EXAME.com.

Por que Renan deve ficar preocupado com o futuro? Ao deixar o comando do Senado, o peemedebista pode não ser tão preservado pelo governo.

A aliados, Renan já admitiu que, ao sair da presidência do Senado, pode perder prestígio. O temor, porém, é que ele perca alianças importantes que articulariam a seu favor mesmo após deixar o comando da Casa.

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