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Renan sinaliza que não deve promulgar PEC que cria tribunais

O problema seria uma alteração no texto durante a votação na Câmara

Renan Calheiros: Renan Calheiros ressaltou que se por um lado há a necessidade de expandir a Justiça Federal, por outro há a necessidade também de se observar o rito constitucional. (Antônio Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília – Terminou hoje (23) sem definição a reunião entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os presidentes das maiores entidades de juízes do país - Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) sobre a promulgação da PEC 544/2002, que cria mais quatro tribunais regionais federais (TRFs).

Embora tenha dito que ainda não decidiu sobre o assunto, o presidente do Senado sinalizou que não deve promulgar a PEC. O problema seria uma alteração no texto durante a votação na Câmara. A mudança exigiria uma nova análise da matéria pelo Senado e como isso não foi feito, a imediata promulgação seria inviável.

Renan Calheiros ressaltou que se por um lado há a necessidade de expandir a Justiça Federal, por outro há a necessidade também de se observar o rito constitucional. “Há, com relação aos quatro [tribunais] criados, um erro formal e se nós não observamos esse erro formal na promulgação o erro recairá sobre o Congresso Nacional”, justificou.

No encontro, as organizações apresentaram nota técnica rebatendo todos os argumentos contrários à promulgação da proposta, aprovada na Câmara dos Deputados, que cria os tribunais — com sedes em Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Salvador. Sobre o impacto financeiro da medida, o documento diz que seria de R$ 700 milhões ao ano, e não de R$ 8 bilhões, como estima o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ao criticar a medida no início do mês.


As entidades rebateram ainda o argumento de Renan para a não promulgação. Segundo elas, a alteração feita na Câmara é de técnica legislativa e não modificou o conteúdo aprovado no Senado.

Para o presidente da Anamatra, Renato Henry, o processo de tramitação da proposta que cria os novos TRFs foi longo, transparente e não pegou ninguém de surpresa. Segundo ele, no momento, o problema é "muito mais político do que técnico". Henry voltou a comentar as críticas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de que a PEC [544/2002] teria sido aprovada de forma "sorrateira".

"Não houve nenhuma medida sorrateira. O Congresso Nacional é absolutamente transparente. A medida tramitou por vários anos. Se houve algum problema, foi falta de atenção por parte do STF, que não acompanhou essa tramitação".

Diante do impasse, o senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta, disse que uma saída seria, o que chamou, de “manifestação do Judiciário”. Ele adiantou que vai propor ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Félix Fischer, que o Judiciário apresente uma proposta de criação de tribunais dentro de regras estabelecidas pela própria Justiça.

Segundo o presidente da Ajufe, Nino Toldo, as entidades vão aguardar a posição final do presidente do Senado sobre a questão. “Vamos aguardar um posicionamento oficial do presidente do Senado. Acredito que ele haverá de promulgar a emenda constitucional. O presidente está cauteloso com relação à promulgação da PEC [544/2002] porque há algumas divergências que foram apontadas”.

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Brasília – Terminou hoje (23) sem definição a reunião entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os presidentes das maiores entidades de juízes do país - Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) sobre a promulgação da PEC 544/2002, que cria mais quatro tribunais regionais federais (TRFs).

Embora tenha dito que ainda não decidiu sobre o assunto, o presidente do Senado sinalizou que não deve promulgar a PEC. O problema seria uma alteração no texto durante a votação na Câmara. A mudança exigiria uma nova análise da matéria pelo Senado e como isso não foi feito, a imediata promulgação seria inviável.

Renan Calheiros ressaltou que se por um lado há a necessidade de expandir a Justiça Federal, por outro há a necessidade também de se observar o rito constitucional. “Há, com relação aos quatro [tribunais] criados, um erro formal e se nós não observamos esse erro formal na promulgação o erro recairá sobre o Congresso Nacional”, justificou.

No encontro, as organizações apresentaram nota técnica rebatendo todos os argumentos contrários à promulgação da proposta, aprovada na Câmara dos Deputados, que cria os tribunais — com sedes em Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Salvador. Sobre o impacto financeiro da medida, o documento diz que seria de R$ 700 milhões ao ano, e não de R$ 8 bilhões, como estima o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ao criticar a medida no início do mês.


As entidades rebateram ainda o argumento de Renan para a não promulgação. Segundo elas, a alteração feita na Câmara é de técnica legislativa e não modificou o conteúdo aprovado no Senado.

Para o presidente da Anamatra, Renato Henry, o processo de tramitação da proposta que cria os novos TRFs foi longo, transparente e não pegou ninguém de surpresa. Segundo ele, no momento, o problema é "muito mais político do que técnico". Henry voltou a comentar as críticas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de que a PEC [544/2002] teria sido aprovada de forma "sorrateira".

"Não houve nenhuma medida sorrateira. O Congresso Nacional é absolutamente transparente. A medida tramitou por vários anos. Se houve algum problema, foi falta de atenção por parte do STF, que não acompanhou essa tramitação".

Diante do impasse, o senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta, disse que uma saída seria, o que chamou, de “manifestação do Judiciário”. Ele adiantou que vai propor ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Félix Fischer, que o Judiciário apresente uma proposta de criação de tribunais dentro de regras estabelecidas pela própria Justiça.

Segundo o presidente da Ajufe, Nino Toldo, as entidades vão aguardar a posição final do presidente do Senado sobre a questão. “Vamos aguardar um posicionamento oficial do presidente do Senado. Acredito que ele haverá de promulgar a emenda constitucional. O presidente está cauteloso com relação à promulgação da PEC [544/2002] porque há algumas divergências que foram apontadas”.

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