Brasil

Renan afirma que não haverá "pauta bomba" no Congresso

"Ao contrário, nós estamos preocupados em desarmar a bomba que está posta aí na economia", disse ele, em entrevista na porta do seu gabinete


	O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): Renan disse que pretende conversar com Levy sobre a atual conjuntura econômica e destacou o fato que o Congresso, segundo ele, tem procurado colaborar sempre com a melhoria da situação do País
 (Jefferson Rudy/Agência Senado/Fotos Públicas)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): Renan disse que pretende conversar com Levy sobre a atual conjuntura econômica e destacou o fato que o Congresso, segundo ele, tem procurado colaborar sempre com a melhoria da situação do País (Jefferson Rudy/Agência Senado/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2015 às 13h32.

Brasília - Antes de um almoço que vai promover ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça, 4, que não haverá no Congresso "pauta bomba".

"Ao contrário, nós estamos preocupados em desarmar a bomba que está posta aí na economia", disse ele, em entrevista na porta do seu gabinete.

Renan disse que pretende conversar com Levy sobre a atual "conjuntura econômica" e destacou o fato que o Congresso, segundo ele, tem procurado colaborar "sempre" com a melhoria da situação do País.

"Nós temos muita preocupação com o agravamento da crise econômica e social e vamos continuar colaborando", frisou.

Numa mudança de postura, o peemedebista sinalizou que não é a favor da derrubada do veto da proposta que concede reajuste de até 78% para servidores do Poder Judiciário.

Cabe a ele, como presidente do Congresso, convocar a sessão das duas Casas Legislativas para apreciar a demanda. Isso deve ocorrer na terceira semana de agosto.

Segundo Renan, os trabalhos vão ser conduzidos de acordo com o "olhar da sociedade e sem levar em consideração essas preocupações imediatas, corporativas". "Acho que isso não faz bem ao equilíbrio fiscal", afirmou.

Independência

Diante da ofensiva que o Palácio do Planalto deflagrou sobre ele para debelar a crise nas últimas semanas, desde que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo, o presidente do Senado fez questão de dizer que não é "governista nem antigovernista".

"Vou me pautar sempre como presidente do Congresso Nacional, um poder independente e autônomo que quer colaborar com o país com o olhar sempre da sociedade", afirmou.

Para o peemedebista, a independência do Congresso é um "caminho sem volta". "Essa é a exigência do Congresso e nós caminhamos em relação à independência e ela hoje é incompatível com a colaboração com o governo.

Eu quero colaborar com o País, vamos continuar fazendo críticas e apontando erros", destacou.

Desoneração

Renan adiantou que vai conversar com Levy sobre a reforma do ICMS e também sobre a proposta que acaba com a política de desoneração da folha de pagamento de pessoal.

Ele disse que a reforma do ICMS é um "objetivo nacional", mas ponderou que é preciso percorrer "várias etapas" e não sabe se o Congresso vai conseguir aprovar esse pacote.

No caso da desoneração, o presidente do Senado lembrou que essa é a única medida do ajuste fiscal que precisa ser votada pela Casa.

"Nós não votamos ainda porque, no cenário de crise, recessão e desemprego, ela agravará o quadro, será danosa para o país", disse o peemedebista, ao destacar que vai reunir em breve os líderes para discutir o que fazer.

O PMDB do Senado resiste a aprovar o texto que veio da Câmara que permitiu uma série de exceções para setores da economia. Os senadores do partido defendem que a mudança da tributação seja linear para todos.

Contudo, o impasse atrasa a sanção do texto e os efeitos fiscais da medida, que devem ficar para o ano que vem.

Meta fiscal

Renan disse ainda que a mudança da meta fiscal "invariavelmente" teria que ocorrer. Mas, destacou que a proposta pareceu "um pouco precipitada e sem planejamento".

"O fundamental é que nós retomemos aquela conversa do final do semestre passado para que tenhamos uma agenda de interesse do Brasil", disse.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Após jovem baleada, Lewandowski quer acelerar regulamentação sobre uso da força por policiais

Governadores avaliam ir ao STF contra decreto de uso de força policial

Queda de ponte: dois corpos são encontrados no Rio Tocantins após início de buscas subaquáticas

Chuvas intensas atingem Sudeste e Centro-Norte do país nesta quinta; veja previsão do tempo