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Remadores olímpicos britânicos evitam água poluída no Rio

Os 36 membros da equipe não vão testar a rota de remo para os Jogos de 2016 na Lagoa Rodrigo de Freitas

Baía de Guanabara: em contraste, velejadores britânicos têm ido ao Rio para treinar e concorrer na água antes das Olimpíadas (Christophe Simon/AFP Photo/AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 14h59.

Rio de Janeiro - Um mergulho no mar da praia de Copacabana é um destaque para a maioria das pessoas que visitam o Rio de Janeiro , mas a equipe olímpica britânica de remo recebeu ordens de evitar a água durante a viagem de uma semana devido às preocupações com a poluição.

Os 36 membros da equipe não vão testar a rota de remo para os Jogos de 2016 na Lagoa Rodrigo de Freitas, com vista para a emblemática estátua do Cristo Redentor.

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Em vez disso, os atletas estão utilizando máquinas fixas perto da água, onde em 2013 cerca de 65 toneladas de peixes mortos apareceram boiando depois que tempestades trouxeram o que as autoridades descreveram como “uma grande quantidade de matéria orgânica”.

“Pedimos que eles não nadem no mar”, disse David Tanner, diretor de desempenho da equipe, em entrevista. “Eles são meus cavalos de corrida – tenho que cuidar deles”.

Em contraste, velejadores britânicos têm ido ao Rio para treinar e concorrer na água antes das Olimpíadas . Em agosto, velejadores que disputavam um evento na Baía de Guanabara, um dos locais onde serão realizados os Jogos, reclamaram do lixo que boiava, incluindo um cachorro morto, o que levou os organizadores das Olimpíadas a prometerem que limparão as vias navegáveis poluídas da cidade brasileira.

Deixar os barcos na sua base fora de Londres é uma prática comum numa viagem cuja meta é familiarizar a equipe com a cidade e sua base de treino, disse Tanner.

Melhoras sanitárias

Obras para melhorar o saneamento estão sendo realizadas no Rio, onde milhões de litros de esgoto não tratado são despejados todos os dias em rios, córregos e no mar.

Nesta semana, uma equipe de inspeção do Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que estava satisfeita com o fato de que a qualidade da água aumentaria antes da abertura dos Jogos, em 5 de agosto de 2016.

“Pelo que eu entendo, a água está em condições para remar”, disse Tanner. “A cidade investirá em tentar limpá-la mais um pouco, o que, na minha opinião, é um bom legado para todos”.

Katherine Copeland, vencedora de uma medalha de ouro em Londres, disse que o legado do remo no Rio seria “algo maravilhoso” caso a água continue limpa depois dos Jogos.

“O Comitê Olímpico nacional e o comitê organizador nos garantiram que há muito sendo feito para resolver esse problema”, disse Richard Chambers, vencedor de uma medalha de prata em 2012.

Nos Jogos de 2012, em Londres, os remadores britânicos foram a equipe do país anfitrião com o segundo maior número de vitórias, depois dos ciclistas. Eles foram os maiores vencedores no remo, com nove medalhas, incluindo quatro de ouro, o que levou a um aumento de quase 20 por cento no financiamento, para 32,6 milhões de libras esterlinas (US$ 52,6 milhões) para os preparativos para os Jogos de 2016.

“Em Londres, nós fomos o país dominante, mas é muito incomum”, disse ele. “Não acho que isso se repita desta vez. A nossa meta não é ganhar um número específico de medalhas, mas estar no topo”.

O financiamento primário para as equipes olímpicas britânicas é obtido da arrecadação de uma loteria nacional. O somatório recebido por cada esporte se baseia na probabilidade de ganhar uma medalha, em vez de na maior participação ou em melhorias no desempenho.

Isto fez com que alguns esportes sofressem reduções de fundos e outros, como o tênis de mesa e o basquete, não recebessem fundos antes das Olimpíadas do Rio 2016.

Tanner disse que a estrutura de financiamento é “100 por cento” correta para o esporte de elite.

“Há muitas oportunidades para desfrutar dos esportes”, disse ele. “Eu saio para correr de manhã e não espero que ninguém me pague por isso”.

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