Brasil

Relatório aponta deficiências no sistema penitenciário

O relatório conta com propostas que serão apresentadas à Seap com o objetivo de melhorar o sistema de cumprimento de penas privativas de liberdade no Rio


	Cadeia: maioria dos presos em regime semiaberto cumpre sanção penal em unidades típicas de cumprimento de pena em regime fechado
 (Shad Gross/stock.XCHNG)

Cadeia: maioria dos presos em regime semiaberto cumpre sanção penal em unidades típicas de cumprimento de pena em regime fechado (Shad Gross/stock.XCHNG)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 16h46.

Rio de Janeiro - O Rio de Janeiro possui 52 unidades prisionais em todo o estado para abrigar uma população carcerária de 33.826 internos. No entanto, boa parte desses estabelecimentos destina-se ao regime fechado.

Por isso, a maioria dos presos em regime semiaberto cumpre a sanção penal em unidades típicas de cumprimento de pena em regime fechado, ou seja, em unidades de segurança média ou máxima, dificultando o processo de reintegração.

As informações constam no primeiro relatório temático sobre cumprimento de pena no sistema penitenciário do Rio de Janeiro, divulgado hoje (27) pelo Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro.

Elaborado com dados levantados nos últimos dois anos por uma comissão formada por advogados, psicólogos e assistentes sociais, o documento revela também que apenas 2% dos presos do estado trabalham, número bem abaixo da média nacional, de 20%. Atualmente, em todo estado, existe apenas uma colônia agrícola ou industrial, que são unidades onde os internos podem trabalhar e estudar.

De acordo com a advogada Renata Lira, que é integrante do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, a falta de trabalho e a internação em estabelecimentos inadequados à progressão da pena dificultam a reintegração do preso à sociedade.

"O que se pode afirmar é que as unidades destinadas ao semiaberto estão em condições tão degradantes quanto as do regime fechado. Há superlotação, ociosidade, péssimas condições de higiene e acomodação. Existem também inúmeros relatos de presos que já podiam cumprir regime aberto, mas estão aguardando o lento andamento processual" explicou a advogada.

O relatório conta ainda com propostas que serão apresentadas à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) com o objetivo de melhorar o sistema de cumprimento de penas privativas de liberdade no Rio.

Entre elas, estão a criação de novas varas de Execução Penal, a proibição imediata da revista aos familiares e uma campanha efetiva para estimular penas alternativas.

"Nós precisamos sistematizar esse tipo de informação, conseguir entrar nas unidades e conversar com os presos com o intuito de produzir cada vez mais relatórios com informações primárias. As unidades visitadas encontram-se em péssima situação de conservação de suas estruturas. São muitas as infiltrações e pouca iluminação, ambiente propício para se cometerem crimes. Acreditamos que só com trabalho, educação e boas condições de saúde [dentro dos presídios] é que poderemos mudar esse quadro", concluiu Renata.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCrimecrime-no-brasilGovernoMetrópoles globaisRio de Janeiro

Mais de Brasil

Unimos uma frente ampla contra uma ameaça maior, diz Nunes ao oficializar candidatura em SP

Após ser preterido por Bolsonaro, Salles se filia ao partido Novo de olho em 2026

Governo Lula é aprovado por 35% e reprovado por 33%, aponta pesquisa Datafolha

Vendavais podem atingir grande parte do Nordeste e Sul; veja previsão

Mais na Exame