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Reitor da USP defende uso de recursos privados

Ainda assim, Marco Antonio Zago defende que a as universidades públicas devem continuar sendo gratuitas

Praça do Relógio, na USP: "a autonomia dela tem de atender ao interesse social", disse Zago (Cecília Bastos /Jornal da USP/ USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2014 às 09h58.

São Paulo - Ao jornal O Estado de S. Paulo, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, defendeu a realização de convênios com a iniciativa privada como fontes alternativas de recursos para a instituição. Leia trechos da entrevista:

Não seria interessante que a sociedade participasse das decisões, que a USP se assumisse como uma instituição que tem um papel social, sustentada pela população de São Paulo?

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Concordo que a universidade é um instrumento da sociedade. A autonomia dela tem de atender ao interesse social. A pedra de toque do programa de gestão que depositei quando me candidatei é exatamente essa: olhar muito mais para as necessidades da sociedade ao se organizar as ações e decisões da universidade.

Isso poderia levar a novas fontes de recursos, com convênios com os setores produtivos?

Eu acho que sim, como ocorre com outras universidades estrangeiras. No entanto, existem grupos na universidade que pensam que ela deve depender exclusivamente dos recursos públicos e que a aceitação desses outros significa abrir mão da isenção para atender a interesses outros. Eu não concordo com isso.

Em muitos países, como Estados Unidos, Inglaterra e China, as universidades públicas são pagas. Aqui é possível levar essa discussão?

Não. É uma questão constitucional. Mudar o artigo significaria que a sociedade como um todo adotou outra visão. No momento, sigo a visão predominante de que essas universidades públicas devem ser gratuitas no sentido de não cobrar mensalidade.

No decorrer da greve, o ambiente se deteriorou com episódios de agressividade. Seria possível evitar isso?

Espero muito que sim. É fundamental na universidade a aceitação da diversidade de ideias. Se não, ela perde sua função. A intolerância com pontos de vista divergentes é a pior coisa que pode ocorrer na universidade.

É tão grave quanto o que ocorre quando ela é submetida a um regime ditatorial. Por isso, houve manifestações de repúdio que tomaram dimensões muito grandes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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