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Região metropolitana de Belém teve cerca de 30 mortes desde domingo

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública, as execuções podem estar associadas à morte da cabo Maria de Fátima dos Santos na tarde daquele dia

Assassinatos: em nota, secretaria informou que está tomando novas medidas para o enfrentamento da insegurança no Pará (Warren Little/Getty Images)

Assassinatos: em nota, secretaria informou que está tomando novas medidas para o enfrentamento da insegurança no Pará (Warren Little/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de maio de 2018 às 20h01.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 20h02.

Cerca de 30 pessoas foram assassinadas no Pará desde o último domingo (29). Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), as execuções podem estar associadas à morte da cabo Maria de Fátima dos Santos na tarde daquele dia, dentro da própria casa, na cidade de Ananindeua, região metropolitana de Belém.

Dados oficiais da secretaria confirmam a morte de 28 pessoas até a tarde desta terça-feira, a maior parte moradora da região metropolitana de Belém. Hoje, os números não foram atualizados devido à manutenção no banco de dados da Secretaria de Inteligência e Analise Criminal (Siac), mas a assessoria do órgão informou que novos casos ocorreram. A imprensa local contabiliza 34 mortes. Parte das pessoas foi morta em unidades de saúde, como postos e pronto socorros.

Em nota, a Segup informou que está tomando novas medidas para o enfrentamento da insegurança no Pará, especialmente na região metropolitana de Belém.

As ações incluem ampliação do número de policiais militares em atividade. Cerca de 800 agentes fortalecerão a rotina de policiamento, de acordo com a secretaria.

Outra medida é a troca da empresa responsável pelo bloqueio de sinais de celulares em presídios, para efetivamente evitar que presos usem o equipamento para ordenar ataques.

A situação de violência preocupa a sociedade civil. A coordenadora de uma organização que atua na defesa dos direitos humanos conversou com a Agência Brasil, mas pediu para não ser identificada por medo de represálias.

Apenas no último mês, três chacinas foram registradas, com suspeita de participação de facções criminosas. "Aqui, não tem mais aquela fala sobre sensação [de medo], é violência mesmo. Você sai e não sabe se volta", diz a defensora, que aponta que a insegurança cresceu, sobretudo, nos últimos quatro anos.

"De 2014 para cá, as coisas têm acontecido dessa forma. Tomba um agente, aí tem uma reação de um grupo. Eu não estou afirmando que é um grupo de agentes que vai fazer represália ou coisa parecida, mas essa dinâmica tem sido verificada nos últimos anos". De acordo com ela, os mais atingidos são jovens negros moradores da periferia.

"É a marca que todos nós vemos. Mas nós também olhamos o outro lado. Os agentes não merecem [morrer], eles precisam ser qualificados, valorizados, inclusive para que a gente possa ter segurança pública de fato. O tombamento dos agentes é uma violação de direitos humanos também".

A Segup informou que a investigação sobre a morte da policial militar está a cargo da Divisão de Homicídios. As demais investigações estão sendo compartilhadas entre a Divisão de Homicídios e as delegacias dos bairros em que os fatos foram registrados.

O Ministério Público do Pará (MP-PA) também informou que apura se houve omissão e negligência do Comando Geral da Polícia Militar na segurança da cabo. Isto porque, a policial já havia denunciado que vinha sofrendo ameaças de morte, mas não chegou a receber proteção, segundo o MP. Se comprovada a omissão, a autoridade da PM encarregada da segurança da militar poderá ser processada por homicídio culposo.

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