Candidato à Presidência Levy Fidelix (PRTB) conversa com jornalista ao chegar para o debate da TV Record (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 19h19.
Brasília - Em nota divulgada nesta tarde, a Rede Sustentabilidade condenou as declarações do candidato do PRTB à Presidência da República, Levy Fidelix, no debate desse domingo, 28, promovido pela TV Record.
Para o partido em fase de criação e que tem como líder a candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, Fidelix se comportou de forma "homofóbica" e "segregacionista".
"Sua narrativa anti LGBT causou espanto, pois assume, com linguagem agressiva, os valores mais atrasados sobre sexualidade humana e cidadania, ao mesmo tempo em que explicita a todos sua profunda ignorância sobre o assunto", diz o texto.
Ontem, a questão sobre os direitos da população LGBT voltou ao centro de debate após uma declaração do candidato nanico. Questionado sobre a violência contra homossexuais, ele respondeu que casais do mesmo sexo não se reproduzem e disse que vai "enfrentar essa minoria". Na ocasião, a candidata do PSB não reagiu aos comentários de Fidelix.
"Posturas como essa, ecoadas por pessoas públicas, somente reforçam o preconceito que vitimiza milhões de pessoas no País", reforça a nota da Rede. Segundo a futura sigla, o candidato fez "apologia" a ações criminosas contra a população LGBT.
Coube ao futuro partido de Marina defender o plano de governo da candidata para o segmento.
Segundo a Rede, a candidata pretende "desenvolver ações que eduquem a população para o convívio respeitoso com a diferença e a capacidade de reconhecer os direitos civis de todos".
"Também propomos normatizar e especificar o conceito de homofobia no âmbito da administração pública e criar mecanismos para aferir os crimes de natureza homofóbica", emenda a nota.
No início do mês, a campanha de Marina divulgou o conjunto de propostas, mas recuou em dois pontos.
Um dos pontos que foram cortados do programa de Marina é o apoio ao projeto de lei 122, em tramitação no Legislativo, que equipara o crime de homofobia ao racismo, com a aplicação das mesmas penas previstas em lei.
Outro recuo se referiu à união entre pessoas do mesmo sexo.
Na versão original, Marina prometeu "apoiar propostas em defesa do casamento civil e igualitárias com vistas à aprovação dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código Civil".
Na proposta modificada, ela diz que vai "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo".
"Reafirmamos nosso repúdio às declarações de Levy Fidelix e nossa defesa de um Estado laico e da inviolabilidade da privacidade sexual, bem como do respeito ao outro, da beleza da diversidade humana e da justiça da luta por direitos civis, políticos, sociais e sexuais de todos", conclui a Rede.