Raquel Dodge pede liberdade para braço direito de Geddel e Lúcio
Job Ribeiro Brandão está preso em regime domiciliar por terem sido encontradas suas digitais nas cédulas do bunker de R$ 51 milhões, em Salvador
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de novembro de 2017 às 19h29.
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge , pediu nesta quinta-feira, 23, a liberdade provisória de Job Ribeiro Brandão, homem de confiança de duas gerações da família de Geddel Vieira Lima.
Ele está preso em regime domiciliar por terem sido encontradas suas digitais nas cédulas do bunker de R$ 51 milhões, em Salvador.
Job é assessor dos políticos da família há anos e já trabalhou para o pai, Afrisio Vieira Lima, falecido no ano passado, e para os irmãos Geddel e Lúcio.
A petição de Raquel para sua soltura é endereçada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator das investigações.
No âmbito das investigações, Job tem feito tratativas para firmar delação premiada e seus depoimentos agravaram a situação dos peemedebistas perante a Justiça.
Ele disse que devolvia 80% de seu salário aos irmãos, além de contar e guardar dinheiro vivo em grandes quantidades para o ex-ministro e o deputado federal.
O homem de confiança dos peemedebistas foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) foi alvo de busca e apreensão.
Ele pagou fiança de 10 salários mínimos. A procuradora-geral ressalta que ele se "comprometeu a apresentar provas de parte desses crimes que narrou, o que pressupõe sua liberdade de locomoção para diligenciar por elas".
"Dito isso, a restrição da liberdade de Job ainda que meramente domiciliar, a um só tempo tornou-se inadequada às circunstâncias fáticas recentes e às condições pessoais e também desnecessária para a aplicação da lei e para a conveniência da investigação", afirma Raquel.
A procuradora-geral ainda diz que "em favor de Job, ele não apenas confessou sua participação nos fatos como foi além: revelou supostos contextos criminosos, conexos aos investigados no Inquérito n° 4633, até então desconhecidos pelos investigadores".
"Ouvido pelo MPF e pela Polícia Federal em 14/11/2017, ele teceu detalhes de uma suposta associação criminosa criada para ocultar valores milionários decorrentes de corrupção, organização criminosa e de peculato", lembrou.