Randolfe pede ao STF que Aras seja investigado por prevaricação
PGR pediu o arquivamento do inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro que investiga vazamento de informações sigilosas sobre uma tentativa de ataque hacker aos sistemas do TSE
Alessandra Azevedo
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 17h07.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2022 às 17h15.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu, nesta segunda-feira, 21, que o Supremo Tribunal Federal ( STF ) investigue o procurador-geral da República, Augusto Aras, por possível crime de prevaricação ao pedir o arquivamento do inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro que investiga vazamento de informações sigilosas sobre uma tentativa de ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Aras pediu o arquivamento do inquérito no último dia 17. Ele alega que o processo que trata da suposta invasão aos sistemas não estava sob sigilo quando foi divulgado por Bolsonaro em transmissão ao vivo pela internet, em 4 de agosto de 2021. Por isso, segundo ele, não houve crime, já que os atos públicos devem obedecer ao princípio da publicidade.
A decisão sobre o arquivamento está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.Para Randolfe, os argumentos de Aras são "risíveis" e a conduta do PGR é “grave e merece apuração e responsabilização”na esfera administrativa, pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF), na esfera penal, pelo STF, e também no Senado, que é responsável pela eventual abertura de um processo de impeachment do PGR.
O senador afirma que Aras “parece renunciar às suas verdadeiras atribuições constitucionais quanto à adoção de providências cabíveis em face de eventuais crimes comuns praticados pelo Sr. Presidente da República”.Randolfe diz ainda que a conduta de Aras está inserida em um contexto de “aparente subserviência" aos interesses "nada republicanos" de Bolsonaro: proteger sua família e seus afiliados políticos.
Após investigações, a Polícia Federal concluiu o inquérito e apontou crime de violação de sigilo, mas não indiciou Bolsonaro nem o deputado Filipe Barros (PSL-PR), que também participou da divulgação das informações na live. O ajudante de ordens presidencial Mauro Cid foi indiciado por ter sido responsável por publicar nas redes sociais do presidente os documentos sigilosos sobre o ataque hacker ao TSE.