Brasil

"Queremos reforma política", diz líder do PT na Câmara

Carlos Zarattini minimizou a polêmica envolvendo a "emenda Lula" que, se aprovada, impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições

Carlos Zarattini: "Isso [a emenda] para nós é uma questão secundária" (Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara)

Carlos Zarattini: "Isso [a emenda] para nós é uma questão secundária" (Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2017 às 19h56.

São Paulo - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), minimizou nesta segunda-feira, 17, a polêmica envolvendo a emenda oferecida pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) que, se aprovada, impediria a prisão de candidatos até oito meses antes das eleições.

A proposta, que ficou conhecida como "emenda Lula", por seu potencial de beneficiar o ex-presidente, foi apresentada "há muito tempo atrás", beneficiaria todos os candidatos e não teve questionamento de nenhum líder de partido, disse.

"Isso para nós é uma questão secundária", afirmou o petista, afirmando que o importante é uma reforma política que traga solução para o financiamento das eleições, que inclua uma cláusula de desempenho e que coloque fim às coligações.

Zarattini participou do programa "Estadão às 5h", do portal estadao.com.

Questionado sobre a possível movimentação do Palácio do Planalto para adiar a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, inicialmente prevista para o próximo dia 2, o deputado disse que esta é uma "aposta arriscada", uma vez que "os deputados chegam quase que imediatamente dos seus Estados, onde eles estão sendo pressionados por suas bases a votar contra Michel Temer, um governo altamente impopular."

O líder do PT na Câmara negou ainda que a bancada do PT possa estar se isolando dos demais partidos de oposição no Congresso ao rejeitar qualquer diálogo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo o petista, as reuniões organizadas pelo líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), são bem frequentadas pela oposição.

"Me parece que talvez haja um problema de quem fala pelo PCdoB. Quem fala oficialmente (pelo partido) tem defendido claramente a rejeição da continuidade do governo Temer e a rejeição a Maia".

Sobre a possibilidade de fazer uma autocrítica, como o PSDB tem prometido fazer em sua convenção nacional, no próximo mês, Zarattini lembrou que o PT já o fez em seu último Congresso, quando aprovou o fim do financiamento empresarial.

"Erramos profundamente ao colocar todo o financiamento partidário nas mãos das empresas, ao invés de estimular o financiamento através da militância e conquistar o financiamento público, que já poderíamos ter conquistado", comentou.

O petista ainda ironizou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem elevado o tom das críticas contra seu partido.

"O Doria está tentando aparecer. A melhor coisa que a gente pode falar sobre o Doria é o que os próprios tucanos dizem", ironizou, lembrando de comentários sobre o tucano feito por lideranças como o ex-presidente da sigla, Alberto Goldman, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaPolítica no BrasilPT – Partido dos TrabalhadoresReforma política

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas