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Quem marca prazo para vacina pode se "desdizer", diz presidente da Anvisa

Antonio Barra Torres foi aprovado nesta segunda-feira como diretor-presidente da Anvisa, cargo que já exercia de forma interina desde dezembro

Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa (Pedro França/Agência Senado)

Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa (Pedro França/Agência Senado)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 07h52.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 09h01.

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agora oficializado no cargo, alfinetou em sua sabatina no Senado a divulgação de prazos para uma vacina contra a covid-19.

O médico e militar Antonio Barra Torres foi sabatinado na segunda-feira, 19, por uma comissão da casa, e aprovado para o cargo de diretor-presidente da instituição, que ele já exercia desde dezembro passado.

A Anvisa é responsável por regular a aprovação de medicamentos, testes e vacinas no Brasil, tendo tido papel central nas discussões sobre o coronavírus no país.

Na sabatina, Torres foi questionado por senadores sobre a preparação da Anvisa para liberar uma vacina contra a covid-19 e eventual demora no processo.

Nas respostas ontem, ele afirmou que ainda não há pedido de registro final de vacina na Anvisa, porque todas as quatro vacinas testadas no Brasil ainda estão em fase final de testes.

Torres ainda alfinetou divulgações de prazo para o imunizante, afirmando que quem marca prazo "tem grande chance de se desdizer", embora sem citar nominalmente as iniciativas de nenhum estado.

O prazo será no menor tempo possível. [Mas] quem marca prazo tem grande chance de se desdizer em pouco tempo

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa, sobre a vacina contra a covid-19

Também nesta segunda-feira, o governo de São Paulo voltou atrás no prazo de dezembro para começar a imunizar os paulistas. Antes, o governador João Doria (PSDB) havia afirmado que começaria a vacinar a população em São Paulo já em 15 de dezembro.

Em coletiva de imprensa ontem, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que não há prazos para o começo da vacinação. "As perspectivas são otimistas, mas não podemos dar data precisa de quando isso vai acontecer", disse Covas.

O Butantan também apresentou ontem dados preliminares da vacina da Sinovac. A vacina foi considerada mais segura em termos de efeitos colaterais do que as demais, mas ainda não é possível afirmar se será eficaz.

Comissão sobre as vacinas hoje

A Comissão Mista da Covid-19 no Congresso Nacional, formado por deputados e senadores, debate nesta terça-feira, 20, a partir das 15 horas, como o Ministério da Saúde vai operacionalizar o Programa Nacional de Imunização contra a doença. Entre os temas abordados vai estar a evolução da fase testes de todos imunizantes, prazos, necessidade e a possibilidade de vacinação dos brasileiros.

Participam representantes do Instituto Butantan, da Fiocruz e do Instituto de Tecnologia do Paraná. O Ministério da Saúde aposta em duas vacinas para distribuir nacionalmente. A principal é a da Universidade de Oxford com a AstraZeneca, testada pela Fiocruz. Outra aposta é na aliança Covax, da ONU, que permite ao Brasil ter acesso a vacinas não testadas aqui.

Ainda não há acordo para distribuir no SUS fora de São Paulo a vacina da Sinovac testada junto ao governo paulista. O governador João Doria estava com encontro marcado nesta quarta-feira, 21, em Brasília com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para discutir o tema, mas o encontro ainda não foi confirmado e pode não mais acontecer.

Já o Instituto de Tecnologia do Paraná tem acordo para testar a vacina do instituto russo Gamaleya na fase 3, a última. Os testes da vacina russa ainda não começaram no Brasil.  

(Com Agência Senado)

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