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Quem é Emanuela Medrades, diretora da Precisa, que fala na CPI da Covid

Executiva da empresa participou de reuniões no Ministério da Saúde, discutiu detalhes do contrato com o alto escalão da pasta e enviou documentos para liberar o produto

Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos: em depoimento da CPI da Covid, executiva negou que houve oferta de vacina a US$ 10 a dose (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos: em depoimento da CPI da Covid, executiva negou que houve oferta de vacina a US$ 10 a dose (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 14 de julho de 2021 às 13h26.

Última atualização em 14 de julho de 2021 às 15h57.

Foco da CPI da Covid nos últimos dois dias, a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, teve uma função de destaque na negociação envolvendo a vacina indiana Covaxin e o governo brasileiro. Desde o ano passado, a farmacêutica de 29 anos participou de várias reuniões no Ministério da Saúde, discutiu detalhes do contrato com o alto escalão da pasta e enviou documentos para o setor responsável por liberar o produto.

Depois que possíveis irregularidades no contrato vieram à tona, Emanuela entrou na mira não só da comissão, que já aprovou a quebra de sigilo telefônico dela, mas também da Polícia Federal, a quem prestou depoimento na segunda-feira, 11. Um dos indícios de problemas está justamente nos documentos enviados ao setor de importação, as invoices (notas fiscais), que, segundo outros depoentes, estavam cheias de erros.

É o que alegam o consultor do ministério William Santana e o chefe da divisão de importação, Luis Ricardo Miranda. Segundo eles, as inconsistências envolviam pontos essenciais, como o quantitativo de doses abaixo do que havia sido contratado, pagamento antecipado que não estava nas negociações e o fato de aparecer nas invoices uma nova empresa, que não tinha sido mencionada, a Madison Biotech.

Essa série de erros, evidenciada em trocas de e-mails com o ministério, levou Emanuela à CPI. O depoimento foi marcado para terça-feira, 13, mas só ocorreu, de fato, no dia seguinte. Isso porque, com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) em mãos, a diretora se negou a responder até as perguntas mais simples, como a relação dela com a Precisa Medicamentos -- contratada em 2017, como deixou claro nesta quarta-feira, 14.

Diante da recusa de responder os questionamentos, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pediu que o ministro do STF Luiz Fux explicasse os limites do direito de permanecer em silêncio, para que pudesse continuar com o depoimento sem dúvidas sobre até que ponto Emanuela poderia ignorar as perguntas. A resposta foi que, por ser investigada, ela não é obrigada a se incriminar, mas também não pode abusar do direito de ficar calada, o que Aziz deve avaliar.

Na noite de terça-feira, quando o ponto estava esclarecido, a CPI retomou o depoimento, apenas para suspendê-lo novamente, após Emanuela dizer que estava "exausta". A farmacêutica se comprometeu a voltar no dia seguinte e contribuir. De fato, na quarta-feira, as respostas deixaram de ser "por orientação do meu advogado, vou me manter em silêncio".

Em algumas declarações nesta quarta-feira, a executiva disse que a ata de uma reunião feita em novembro no Ministério da Saúde estava errada e negou que houve oferta de vacina a US$ 10 a dose. Ela também desafiou Luis Ricardo e Santana a mostrarem a invoice que teria sido enviada em 18 de março.

Carreira

De acordo com informações da conta do LinkedIn de Emanuela, a executiva de 29 anos é farmacêutica clínica, com mestrado em Farmácia e especialista em questões regulatórias. Antes de assumir a diretoria técnica da Precisa, Emanuela era farmacêutica responsável pela área técnica da BSF Gestão de Saúde, empresa que oferece planos de medicamentos para gestão de saúde corporativa. A companhia também é do empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa.

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