Brasil

Quem é Eduardo Cunha, o novo presidente da Câmara

Apesar de integrar a base de apoio do governo, Eduardo Cunha é conhecido por sua posição “independente” em relação ao Palácio do Planalto.

Eduardo Cunha comemora vitória na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados (PMDB/Divulgação/Flickr)

Eduardo Cunha comemora vitória na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados (PMDB/Divulgação/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 08h16.

São Paulo – Com 267 votos, Eduardo Cunha (PMDB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados. O candidato do governo federal, Arlindo Chinaglia (PT) teve 136 votos contra 100 de Júlio Delgado (PSB) e oito de Chico Alencar (PSOL). Dois deputados votaram em branco. 

A candidatura do deputado foi marcada por um embate feroz contra o governo federal, que defendia o petista Arlindo Chinaglia. A vitória do peemedebista também sepulta um acordo entre PT e PMDB que determinava o revezamento das duas siglas no comando da Casa. Esta é a primeira vez, desde o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que o PMDB tem dois mandatos seguidos no cargo. 

A expectativa é que Dilma Rousseff tenha (mais) um desafio e tanto para os próximos dois anos já que Cunha prefere declarar-se independente com relação ao Palácio do Planalto - mesmo fazendo parte da  base de apoio do governo.

Em discurso antes da votação, ele defendeu a independência da Câmara com relação ao Executivo. "É bom para a sociedade e para o parlamento que esse poder seja distribuído", afirmou."Ter a independência da Casa, muito mais do que palavra, é questão de atitude. Ninguém vai ver eu me curvar a qualquer coisa que não seja a vontade da maioria dessa Casa".  

O deputado afirma que sua gestão não será “nem de oposição nem de submissão”. À Agência Câmara, Cunha afirmou defender “o direito de governabilidade”, mas também “o direito da oposição para fazer o seu papel de debate”.

Ele foi eleito com o maior bloco de apoio da disputa. Ao todo, 14 legendas declararam suportaram oficialmente a candidatura de Cunha: PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PEN, PRTB, PSDC, PRP, PMN e PTN.

Oficialmente, Cunha teria 218 votos, mas saiu vencedor com 267 - isso significa que 49 deputados traíram a decisão de seus partidos.  Arlindo Chinaglia, do PT, por exemplo, deveria ter recebido 180 apoios nas urnas -  mas só teve136. Enquanto Delgado ficou com 6 votos a menos do que o previsto. 

A vitória do candidato já era dada como certa mesmo antes da votação. Segundo a Agência Estado, no bolão realizado por seus aliados, os lances variavam de R$ 50 a R$ 1.500. 

Cunha foi líder do PMDB em 2013 e 2014. Integrante da igreja Sara Nossa Terra, é um dos expoentes da bancada evangélica.

Também foi um dos principais articuladores do chamado “blocão”, grupo informal integrado por parlamentares da base descontentes com o governo.

Radialista e economista, Cunha começou na política como deputado estadual no Rio de Janeiro em 2001, pelo PPB. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Em seguida, Cunha se transferiu para o PMDB, partido pelo qual foi eleito outras três vezes deputado federal.

Nas eleições de 2014, ele foi o terceiro deputado mais votado do Rio de Janeiro e o mais votado do PMDB em todo o País, com 232.708 votos.

Dentre as bandeiras defendidas pelo deputado em sua campanha para a presidência estão: imediata apreciação das reformas política e tributária, compromisso com a independência do Legislativo e subsídios para os deputados equivalentes aos recebidos pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEleiçõesMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

PT pede cassação de chapa do PL que elegeu Jair Renan Bolsonaro por suposta fraude na cota de gênero

Instituto Butantan pede registro de vacina contra dengue à Anvisa

Como dar entrada no seguro-desemprego? Veja o passo a passo