Brasil

AO VIVO: CPI da Covid ouve Cristiano Carvalho, procurador da Davati

Empresa teria oferecido 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca ao Ministério da Saúde em fevereiro; representante aponta esquema de propina nas negociações

CPI da Covid ouve Marcos Tolentino, empresário que teria oferecido carta-fiança irregular no contrato da Covaxin (Marcos Oliveira/Agência Senado/Flickr)

CPI da Covid ouve Marcos Tolentino, empresário que teria oferecido carta-fiança irregular no contrato da Covaxin (Marcos Oliveira/Agência Senado/Flickr)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 15 de julho de 2021 às 06h00.

Última atualização em 15 de julho de 2021 às 11h56.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira, 15, o procurador da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho. A empresa teria oferecido, em fevereiro, 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca a integrantes do Ministério da Saúde, por intermédio do cabo da PM Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante comercial autônomo. 

As conversas sobre a oferta vieram a público em junho, quando Dominguetti acusou o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias de cobrar propina de US$ 1 por dose da vacina durante as negociações. Carvalho, como chefe do vendedor, teria feito os primeiros contatos com a pasta para tratar das vacinas.

A denúncia sobre o caso, segundo Dominguetti, foi ideia de Carvalho, que teria ligado para ele, já com a jornalista da Folha de S. Paulo na linha, e pedido que contasse o que tinha acontecido naquela reunião – o suposto pedido de propina por parte de Roberto Dias. A situação teria ocorrido em um jantar, em Brasília, do qual Carvalho não participou.

O procurador da Davati também teria enviado a Dominguetti um áudio do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que o PM mostrou em depoimento na CPI, alegando que o parlamentar estava intermediando a venda de vacinas. Miranda depois mostrou que o áudio tinha sido editado e, na verdade, tratava de uma venda de luvas cirúrgicas em 2020.

Carvalho "tem muito o que explicar à CPI", concluiu o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), depois do depoimento de Dominguetti, em 1º de julho. O senador afirmou que o PM pode ter sido “usado” pelo chefe e questionou, por exemplo, como o áudio de Luis Miranda foi parar nas mãos de Carvalho. “Ele [Dominguetti] pode não saber como foi passado, mas o Cristiano sabe quem passou e vai nos dizer”, afirmou. 

Ao vivo

yt thumbnail

Polêmicas

Depois que o nome de Cristiano Carvalho veio a público, surgiram algumas polêmicas, como o fato de ele ter recebido auxílio emergencial do governo durante a pandemia. O nome do procurador da Davati aparece no sistema do governo. Ele recebeu R$ 4,2 mil de benefício entre abril e dezembro de 2020.

Carvalho também foi acusado de vender catracas em nome de uma empresa que não as comercializava, segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo. Ele foi demitido do cargo de diretor que ocupava na empresa BST Butler por justa causa em 2015, por ter pedido e recebido reembolso de um valor já quitado, diz o jornal.

Além disso, Carvalho teria várias inconsistências no currículo. Reportagem do Poder360 mostra que, ao contrário do que diz o currículo, ele não trabalhou em empresas como a McKinsey & Company, JBS e Ambev. Ele também não teria sido professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) -- apenas deu duas palestras na instituição.

O atual procurador da Davati trabalhou, no entanto, no grupo Heineken, como supervisor de vendas de 2000 a 2001 na Schincariol. Já a Unilever teria confirmado que ele trabalhou na área de vendas da empresa entre 2002 e 2004. 

Acompanhe tudo sobre:CPI da CovidExame HojeGoverno BolsonaroSenadovacina contra coronavírus

Mais de Brasil

Rio usa drone para monitorar Réveillon, identificar foragidos e flagrar crimes na cidade

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos