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Queiroga prevê definição sobre aplicação da 3ª dose a partir de outubro

Segundo o ministro, "já há um consenso de que será necessária a terceira dose". Anvisa já recomendou a aplicação para quem tomou Coronavac

Vacinação contra a covid-19 em São Paulo. (Eduardo Frazão/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 18h30.

Última atualização em 20 de agosto de 2021 às 18h38.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira, 20, que espera uma definição sobre a forma de aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 no Brasil a partir de outubro, quando a pasta terá os resultados de uma pesquisa que vem sendo realizada para testar a eficácia da vacinação de reforço. Ele afirmou que há um consenso de que a terceira dose será necessária, mas que a decisão sobre como fazer a aplicação desse reforço ainda depende de evidências científicas.

A terceira dose está em debate no Brasil, diante da alta de infecções em algumas localidades, como o Rio, e do avanço da variante delta, mais transmissível. Nesta quarta-feira, 18, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que o Ministério da Saúde avalie a possibilidade de dar uma dose de reforço para grupos específicos que receberam as duas doses da vacina Coronavac.

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Queiroga participou de um evento no Centro de Distribuição de Insumos Estratégicos de Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo, para demonstrar o processo de liberação das vacinas até a chegada aos estados. O ministério vem sendo criticado pela demora na distribuição dos imunizantes. Também é cobrado por alguns estados mais adiantados no calendário de vacinação para dar um aval à imunização de reforço.

Segundo o ministro, "já há um consenso de que será necessária a terceira dose". Ele disse, porém, que a decisão de como fazer essa aplicação pode decorrer da opinião de especialistas ou pode ser baseada em evidências cientificas — e que a pasta optou pela segunda opção. Queiroga lembrou que o Ministério da Saúde está conduzindo um estudo científico para avaliar a eficácia da aplicação de uma terceira dose em pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac.

Esta pesquisa, em parceria com a Universidade de Oxford, deve ter resultados entre o fim de outubro e o início de novembro — quando a pasta deverá tomar a decisão sobre a dose de reforço. A pesquisa vai aplicar a terceira dose de quatro imunizantes diferentes: Pfizer, AstraZeneca, Coronavac e Janssen. Queiroga afirmou que, se antes dos resultados dessa pesquisa surgirem outros estudos científicos sobre a terceira dose, a decisão em relação ao reforço pode ser antecipada.

O ministro também voltou a afirmar que a terceira dose depende do avanço da vacinação com a segunda. No Brasil, o ministro espera que em setembro toda a população adulta esteja coberta com a primeira dose e, em outubro, 75% da população adulta tenha recebido as duas doses. "Aí teremos as repostas da ciência, que é o que se quer, para se aplicar a terceira dose."

Queiroga criticou a decisão de estados e municípios de judicializar para receber mais vacinas. "O direito de recorrer à Justiça é de todos. Nós não observamos necessidade de recorrer à Justiça." Nesta semana, o estado de São Paulo conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) decisão para que a União assegure o envio das vacinas contra a covid-19 necessárias para que o estado complete a imunização de quem já tomou a primeira dose. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também pressiona o governo federal pelo envio de mais doses.

Para Queiroga, "em vez de ficar fazendo essas confusões, [ os governos locais ] deveriam trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde para acelerar de maneira justa a vacinação no país". Ele questionou o fato de que alguns estados estão vacinando adolescentes, enquanto outros ainda estão aplicando o imunizante para a faixa etária dos 30 anos. A distribuição de doses, porém, segue os critérios estabelecidos pelo próprio Ministério da Saúde.

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