Brasil

Quase 90 bilhões em investimentos

Atingida a auto-suficiência em petróleo, o próximo desafio é continuar a crescer e apostar em energias renováveis

O petroleiro Bright Artemis, de Cingapura: busca por novas fontes de energia é preocupação mundial (--- [])

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h29.

O Brasil conquistou em 2006 um feito muito festejado pelo governo: a auto-suficiência na produção de petróleo. A Petrobras pretende encerrar o ano com uma produção média de 1,9 milhão de barris por dia, superando a atual demanda brasileira, de 1,8 milhão de barris diários. É um fato memorável, levando-se em conta que, até o final dos anos 70, a produção média nacional não passava de 200 000 barris por dia. No entanto, cabe lembrar que a auto-suficiência do país é resultado não apenas do extraordinário aumento na produção da Petrobras -- intensificada principalmente depois da abertura do mercado, em 1997 --, mas também da desaceleração da economia nos últimos anos, o que significou um crescimento da demanda abaixo do inicialmente esperado. Para continuar a suprir toda a necessidade brasileira de petróleo e alcançar uma posição mais confortável ainda, será necessário realizar pesados investimentos.

Pelas projeções da Petrobras, a auto-suficiência estaria assegurada nos próximos dez anos. Com os projetos em andamento, a meta da estatal é chegar a uma produção de 3 milhões de barris por dia em 2015, cerca de 500 000 barris acima da demanda prevista. Para cumprir esse objetivo, a empresa anunciou, no primeiro semestre de 2006, que pretende realizar investimentos de 87,1 bilhões de dólares nos próximos cinco anos. O plano de negócios contempla também o setor de gás natural, no qual a situação do Brasil é menos favorável. Metade do consumo interno ainda é suprida por meio de importações, provenientes quase unicamente da Bolívia. Com a decisão do governo boliviano de nacionalizar as reservas de gás e petróleo, o Brasil deve intensificar a busca por novas fontes. No entanto, a falta de um marco regulatório claro para o setor inibe os investimentos. A previsão da Petrobras é de uma injeção de 17,6 bilhões de dólares no segmento de gás natural, além de 4,5 bilhões de investimentos a ser realizados por seus parceiros, principalmente em gasodutos.

Na área de combustíveis renováveis, o Brasil se encontra em uma situação mais confortável. O programa brasileiro de etanol é um sucesso, mas também nesse setor há muito o que fazer. Um dos pontos considerados fundamentais é estimular a criação de um mercado mundial de etanol. Como nenhum comprador quer depender exclusivamente do Brasil, é preciso ensinar outros países a plantar cana e a produzir álcool, transformando-o em uma commodity. É necessário também investir forte em pesquisa para aumentar a produtividade. Atualmente, o Brasil produz o álcool mais barato do mundo, mas alguns especialistas prevêem que, em dois ou três anos, essa posição poderá ser ameaçada por outros países que estão desenvolvendo fontes alternativas para a produção de etanol, como os Estados Unidos.

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