Quarta etapa do julgamento do Massacre do Carandiru começa
Escolha do júri deu início ao julgamento de dez policiais acusados do massacre de 111 presos ocorrido em 1992 no Carandiru
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 14h35.
São Paulo - A escolha de um júri integrando por quatro homens e três mulheres deu início nesta segunda-feira ao julgamento de dez policiais acusados do massacre de 111 presos ocorrido em 1992 na prisão do Carandiru , em São Paulo.
Os dez policiais que ocupam desde hoje o banco dos réus são acusados da morte de dez presos e da tentativa de homicídio de outros três e serão julgados na quarta e última fase em que foi dividido o processo pelo maior massacre carcerário da história do país.
Nos dois primeiros períodos do julgamento foram condenados 48 policiais pela morte de 82 detentos, e a terceira fase, iniciada em fevereiro e na qual foram julgados 15 agentes por oito mortes, foi suspensa indefinidamente pelo abandono de um dos advogados.
Os dez policiais que enfrentarão a partir de hoje um julgamento que pode se prolongar por cinco ou seis dias integravam o Grupo de Operações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar do estado de São Paulo quando ocorreu o massacre.
Os uniformizados foram responsabilizados pelas mortes ocorridas no quinto pavimento (quarto andar) do nono pavilhão do Carandiru durante a operação em que a Polícia ocupou a prisão.
O massacre ocorreu em outubro de 1992, nas vésperas de eleições municipais, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu o presídio para colocar fim a um suposto motim com presos armados.
Perante o elevado número de vítimas e de acusados, a justiça de São Paulo decidiu dividir o processo e separar os réus segundo cada um dos quatro andares da prisão em que atuaram.
Nos primeiros períodos do julgamento, concluídos no ano passado, 21 anos depois dos fatos, 23 dos policiais acusados foram condenados a penas de 156 anos de prisão pela morte de 13 presos e outros 25 a penas de 624 anos por 52 das mortes.
Um juiz chegou a condenar em 2001 o coronel de Polícia Ubiratan Guimarães, que comandou a operação, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos presos, mas esse julgamento foi cancelado em 2006 por um tribunal de segunda instância e o oficial foi assassinado meses depois.
Após a escolha do júri, que foi submetido a exames médicos, o novo julgamento prosseguiu com a leitura das partes do processo.
O júri escutará nos próximos dias cinco testemunhas de acusação e seis de defesa, assim como os próprios réus.
O advogado Celso Vendramini, um dos defensores dos 12 acusados, pedirá a absolvição de seus clientes porque a investigação não conseguiu provar a autoria dos homicídios.
"Eles com efeito realizaram disparos, mas não há provas que balearam algum preso", afirmou hoje Vendramini, o mesmo advogado que provocou a suspensão da terceira fase do julgamento após abandonar a audiência em inconformidade com decisões do juiz.
O Carandiru, então a maior prisão do Brasil com cerca de oito mil internos, era considerada por organizações de direitos humanos como a melhor amostra do caos do sistema penitenciário do Brasil.
O presídio foi fechado em 2002 e o lugar foi transformado em um parque público.
O caso foi levado ao cinema através do filme "Carandiru", do diretor argentino Héctor Babenco, e também à literatura, com livros como "Estação Carandiru", do médico e apresentador de televisão Drauzio Varela, que na época trabalhava no presídio.
São Paulo - A escolha de um júri integrando por quatro homens e três mulheres deu início nesta segunda-feira ao julgamento de dez policiais acusados do massacre de 111 presos ocorrido em 1992 na prisão do Carandiru , em São Paulo.
Os dez policiais que ocupam desde hoje o banco dos réus são acusados da morte de dez presos e da tentativa de homicídio de outros três e serão julgados na quarta e última fase em que foi dividido o processo pelo maior massacre carcerário da história do país.
Nos dois primeiros períodos do julgamento foram condenados 48 policiais pela morte de 82 detentos, e a terceira fase, iniciada em fevereiro e na qual foram julgados 15 agentes por oito mortes, foi suspensa indefinidamente pelo abandono de um dos advogados.
Os dez policiais que enfrentarão a partir de hoje um julgamento que pode se prolongar por cinco ou seis dias integravam o Grupo de Operações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar do estado de São Paulo quando ocorreu o massacre.
Os uniformizados foram responsabilizados pelas mortes ocorridas no quinto pavimento (quarto andar) do nono pavilhão do Carandiru durante a operação em que a Polícia ocupou a prisão.
O massacre ocorreu em outubro de 1992, nas vésperas de eleições municipais, quando a Polícia Militar de São Paulo invadiu o presídio para colocar fim a um suposto motim com presos armados.
Perante o elevado número de vítimas e de acusados, a justiça de São Paulo decidiu dividir o processo e separar os réus segundo cada um dos quatro andares da prisão em que atuaram.
Nos primeiros períodos do julgamento, concluídos no ano passado, 21 anos depois dos fatos, 23 dos policiais acusados foram condenados a penas de 156 anos de prisão pela morte de 13 presos e outros 25 a penas de 624 anos por 52 das mortes.
Um juiz chegou a condenar em 2001 o coronel de Polícia Ubiratan Guimarães, que comandou a operação, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos presos, mas esse julgamento foi cancelado em 2006 por um tribunal de segunda instância e o oficial foi assassinado meses depois.
Após a escolha do júri, que foi submetido a exames médicos, o novo julgamento prosseguiu com a leitura das partes do processo.
O júri escutará nos próximos dias cinco testemunhas de acusação e seis de defesa, assim como os próprios réus.
O advogado Celso Vendramini, um dos defensores dos 12 acusados, pedirá a absolvição de seus clientes porque a investigação não conseguiu provar a autoria dos homicídios.
"Eles com efeito realizaram disparos, mas não há provas que balearam algum preso", afirmou hoje Vendramini, o mesmo advogado que provocou a suspensão da terceira fase do julgamento após abandonar a audiência em inconformidade com decisões do juiz.
O Carandiru, então a maior prisão do Brasil com cerca de oito mil internos, era considerada por organizações de direitos humanos como a melhor amostra do caos do sistema penitenciário do Brasil.
O presídio foi fechado em 2002 e o lugar foi transformado em um parque público.
O caso foi levado ao cinema através do filme "Carandiru", do diretor argentino Héctor Babenco, e também à literatura, com livros como "Estação Carandiru", do médico e apresentador de televisão Drauzio Varela, que na época trabalhava no presídio.