Repórter
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 20h38.
Em 2025, o Brasil voltou a integrar o ranking dos dez países mais perigosos do mundo, ocupando a sétima posição, segundo o índice de conflitos da ONG Armed Conflict Event Location and Data Project (ACLED).
A lista abrange fatores como violência, risco para civis e a atuação de grupos armados. O país aparece entre o Equador, que ficou em sexto, o único outro país sul-americano no top 10, e o Haiti, em oitavo. Embora tenha caído uma posição em relação a 2024, quando ocupava o sexto lugar, o Brasil mantém-se pelo segundo ano consecutivo entre os dez mais violentos.
O relatório da ACLED aponta que a violência associada a grupos criminosos e as disputas territoriais foram fatores determinantes para o mau desempenho do Brasil no índice. Um dos episódios mencionados foi a mega-operação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortes. Ao longo de 2025, o Brasil registrou 9.903 eventos violentos, segundo a organização.
O estudo leva em conta quatro indicadores principais: mortalidade, perigo para civis, abrangência geográfica da violência e número de grupos armados. O Brasil, junto com o México, Equador e Haiti, experimentou uma queda significativa na segurança em 2025, com os efeitos mais graves ocorrendo ao longo do ano.
A liderança do ranking é ocupada por Palestina, Mianmar e Síria, países devastados por guerras prolongadas. O México se mantém na quarta posição, igual ao ano anterior, enquanto o Equador, pela primeira vez, entra no top 10, subindo 36 posições, impulsionado pelos confrontos entre facções criminosas.
O relatório também destaca que o Brasil se posiciona de maneira elevada em diversos indicadores: 9º lugar em letalidade, 4º em perigo para civis, 4º em fragmentação e 30º em difusão da violência. O texto enfatiza que "Mianmar, México, Brasil e Nigéria se mantiveram consistentemente entre as posições mais altas em todos os quatro indicadores do Índice".
Embora países em guerra, como Ucrânia e Rússia, apareçam apenas no top 20, o ranking evidencia que a violência relacionada ao crime organizado mantém o Brasil e outros países latino-americanos entre os mais perigosos do mundo em 2025.