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PT usará regimento para evitar votação sobre Petrobras

O requerimento apresentado pela oposição, e apoiado pela ala de insatisfeitos da base do governo, é o primeiro item da pauta desta terça-feira


	Vicentinho (PT-SP): "Na Holanda, a informação é que nem lá estão investigando. (...) Se a Câmara aprovar, e eles chegarem lá, eles vão passear"
 (Renato Araujo/Agência Brasil)

Vicentinho (PT-SP): "Na Holanda, a informação é que nem lá estão investigando. (...) Se a Câmara aprovar, e eles chegarem lá, eles vão passear" (Renato Araujo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 15h35.

Brasília - O Partido dos Trabalhadores deve apresentar uma questão de ordem apontando falhas regimentais para evitar a votação nesta terça-feira do pedido da oposição para acompanhar supostas investigações sobre pagamento de propina de empresa holandesa a funcionários da Petrobras.

O requerimento apresentado pela oposição, e apoiado pela ala de insatisfeitos da base do governo, é o primeiro item da pauta desta terça-feira, que ainda pode ser alterada em reunião de líderes prevista para esta tarde.

O pedido prevê a criação de uma comissão externa de deputados destinada a acompanhar investigações que estariam sendo conduzidas por órgão equivalente ao Ministério Público brasileiro na Holanda, onde, segundo o líder do PT na Casa, deputado Vicentinho (SP), não há investigações formais instituídas.

"Na Holanda, a informação é que nem lá estão investigando", disse. "Se a Câmara aprovar, e eles chegarem lá, eles vão passear." Vicentinho explicou que o regimento da Casa permite a criação de comissão externa para representar a Casa quando houver um convite, o que não ocorreu, ou para assistir investigações formais.

"Querem dar à comissão externa... uma competência que a norma interna não lhe atribui", explicou o líder petista, que não descarta a apresentação de requerimentos de retirada de pauta para adiar a votação do pedido da oposição, como o PT fez na semana que antecedeu o Carnaval para impedir a votação do requerimento.

O requerimento da oposição ganhou força após o surgimento do "blocão", grupo informal de deputados insatisfeitos, na sua maioria da base do governo, que pede mais articulação política com o Planalto, liberação de emendas parlamentares e maior participação nas mudanças ministeriais promovidas pela presidente Dilma Rousseff.

Capitaneados pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), passaram a apoiar a aprovação do requerimento, além de demonstrarem posição favorável a outras matérias que não contam com a simpatia do governo, como projeto de decreto legislativo que pode obrigar distribuidoras de energia elétrica a devolverem quantia bilionária a consumidores.

Em encontro mais cedo com o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) traçou um panorama "pouco otimista" nesta semana para o governo na Casa, informou uma fonte do PMDB que preferiu não ser identificada.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já informou em entrevista que a estatal abriu auditoria interna em fevereiro para apurar as suspeitas envolvendo a holandesa SBM Offshore, alvo de denúncias de pagamento de suborno para obter contratos em países em que mantém negócios. A suspeita é de que funcionários da Petrobras tenham recebido propina da empresa holandesa.

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