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PT se mobiliza por Lula, seu líder histórico e aposta para 2018

O ex-presidente admitiu que gostaria que houvesse "gente nova no PT disputando 2018", mas lamentou que não surjam novas lideranças

Lula: o petista é o que tem a maior rejeição entre possíveis candidatos (Nacho Doce/Reuters)
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AFP

Publicado em 20 de julho de 2017 às 20h21.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mede nesta quinta-feira o apoio popular em mobilizações convocadas pelo Partido dos Trabalhadores ( PT ) após sua condenação a nove anos e meio de prisão.

Muito ativo após a divulgação da sentença pelo juiz Sérgio Moro na semana passada, o próprio Lula (2003-2010) e sua sucessora Dilma Rousseff (2011-2016) devem participar do ato em São Paulo.

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Com este ato no coração da capital financeira do país, o PT - que convocou movimentos sociais a manifestar-se "Com Lula pela democracia" -, espera realizar uma demonstração de força, sob o impulso das declarações do ex-presidente.

Em torno do Museu de Arte de São Paulo (MASP), a manifestação reunia pouco mais de 5 mil pessoas no início da noite, constatou a AFP no local.

"A condenação de Lula é política, sem provas. O que querem é impedir que concorra nas eleições e ganhe, porque lidera as pesquisas", afirmou Edson Fogo, funcionário do metrô, de 49 anos.

"Ninguém neste país em toda a história sofreu o massacre diária que sofro eu todos os dias", afirmou Lula em uma conversa com jornalistas transmitida pela internet.

Confronto

Moro, juiz de primeira instância na Operação Lava-Jato, ordenou na quarta-feira o bloqueio de contas bancárias e propriedades de Lula.

Nesta quinta-feira, o convocou para prestar depoimento - provavelmente por videoconferência - no dia 13 de setembro em outro dos cinco processos abertos contra o ex-presidente.

Essa opção, que deve ser aceita pela defesa, evitaria tensões do confronto direto entre os dois homens que polarizam o país desde o dia 10 de maio, em Curitiba, quando Lula denunciou durante seu interrogatório uma "farsa" judicial.

Desde então, o embate fica cada dia mais acirrado e, apoiado no arsenal de recursos de seus advogados e na sua promessa de percorrer o Brasil para provar sua inocência, Lula se lançou ao contra-ataque.

"Operação Lava-Jato, por favor, mostra ao povo brasileiro alguma coisa de veracidade. Não estão brincando com pouca coisa. Estão levando o país à destruição", disse Lula nesta quinta.

Apesar de manter o carisma que o tornou em astro da política internacional na década passada, Lula já não é mais o presidente que deixou o poder há sete anos com mais de 80% de popularidade.

O protesto desta quinta-feira na Cinelândia, no centro do Rio, reunia cerca de 200 pessoas.

Lula aparece como favorito na pesquisa, mas é também o que tem a maior rejeição entre possíveis candidatos: o salvador dos pobres para alguns é o líder da rede corrupção para outros.

"Obsessão de voltar"

Nem Lula nem o Partido de los Trabalhadores parece ter dúvidas sobre quem seria a melhor opção para superar a abrupta saída de sua sucessora, Dilma Rousseff,

Na conversa com jornalistas desta quinta, Lula admitiu que gostaria que houvesse "gente nova no PT disputando 2018", mas lamentou que não surjam novas lideranças.

Disposto a demostrar que está em forma, Lula publicou nesta semana um vídeo no qual aparece correndo na esteira e levantando pesos.

"Agora tenho a obsessão de voltar", confessou. "Eu tenho com o que contribuir. Esse país não merece estar passando pelo que está passando".

Seu caminho de volta a Brasília, contudo, deverá passar por Porto Alegre, sede do tribunal de segunda instância que decidirá se a condenação de Moro será confirmada, o que tiraria Lula da disputa eleitoral. Caso seja absolvido, Lula poderá concorrer.

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