PT recua e defende adiar votação que pode beneficiar Aécio
O partido defende o adiamento até a Corte julgar a ação direta de inconstitucionalidade sobre o cumprimento de medidas cautelares por parlamentares
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de outubro de 2017 às 16h55.
Brasília - Depois de a Executiva Nacional do PT apontar uma "hipertrofia" do Judiciário e defender que o Senado "repelisse a violação de sua autonomia" pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no caso em que afastou do mandato o senador Aécio Neves (PSDB-NG), os senadores do partido decidiram nesta terça-feira, 3, defender o adiamento da votação que poderia restaurar os direitos do tucano.
Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), a decisão é unânime da bancada petista. O líder da minoria no Senado afirmou que o partido defende o adiamento até o julgamento pelo pleno da Corte, no dia 11 de outubro, da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o cumprimento de medidas cautelares por parlamentares, afeita ao caso Aécio.
"Se a gente tomar uma decisão antes de o Supremo se posicionar, essa decisão só vai valer para o Aécio. Se a gente resolver que ele não vai cumprir essas determinações, e o Supremo decidir lá na frente que é para cumprir, só vai valer dali em diante, para outros casos. A decisão do Senado tem que valer para todos, não só para um. E estamos vivendo uma crise institucional. Qual interesse temos em aprofundar essa crise se o Supremo fez um gesto de boa vontade ao pautar a data da votação da Adin?", indagou Costa.
O PT sofreu forte pressão, inclusive interna, pela nota da Executiva Nacional, que foi vista como uma defesa de um adversário político que articulou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A bancada estava rachada entre a defesa ou não da intervenção do Senado no caso.