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PT nega que Dilma reduzirá papel de bancos públicos

O presidente do partido negou que Dilma Rousseff reduzirá papel dos bancos públicos no financiamento, e disse que o Estado continuará com um papel importante

Dilma Rousseff: "tem uma tentativa de dizer que nós estamos fazendo o programa dos derrotados", disse Rui Falcão (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 20h44.

São Paulo - O presidente do PT , Rui Falcão, negou nesta sexta-feira que a presidente Dilma Rousseff reduzirá o papel dos bancos públicos no financiamento e afirmou que o Estado continuará a desempenhar um papel importante no segundo mandato da petista.

Em entrevista a jornalistas em São Paulo, Falcão também disse que a manutenção da taxa de juros em patamares elevados por um longo período poderá afetar os investimentos em infraestrutura e rejeitou a tese de que, após ser reeleita, Dilma passou a aplicar o programa econômico defendido pelo seu adversário no segundo turno das eleições, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"A taxa de juros subiu para conter um pouco a inflação. Agora, mantida por muito tempo a atual taxa de juros, você não consegue induzir o investimento em infraestrutura, porque não há ação social do capital, o capital vai para onde tem mais rendimento, mais retorno", disse Falcão.

"Tem uma tentativa de dizer que nós estamos fazendo o programa dos derrotados. Não é verdade", assegurou. "O Estado vai continuar a ter papel na economia, não tem nada a ver com a proposta neoliberal. Os bancos públicos vão continuar a ter papel também", disse.

Falcão disse que é importante que os bancos privados participem do financiamento e disse que o PT jamais fez campanha contra os bancos privados.

Futuro ministro da Fazenda indicado por Dilma, Joaquim Levy, visto pelo mercado como um ortodoxo, defendeu em declarações feitas logo após ser anunciado que o Tesouro pare os aportes aos bancos públicos com o objetivo de realizar um superávit primário de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto em 2015 e de 2 por cento do PIB em 2016 e 2017.

Em reunião realizada três dias após a reeleição de Dilma no fim de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual e voltou a elevá-la na reunião do último dia 3, desta vez em 0,5 ponto percentual, para 11,75 por cento ao ano. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que já teve a permanência no cargo confirmada para o segundo mandato de Dilma, disse nesta semana em almoço de fim de ano da Febraban, associação que reúne os bancos, que o BC fará "o que for necessário" para viabilizar um cenário de inflação mais benigno no período de 2015 e 2016, reforçando a mensagem de combate à alta de preços.

"Redução dos aportes do Tesouro não é redução do papel dos bancos públicos financiando a economia, é diferente. O que os neoliberais querem é que os bancos públicos fiquem retraídos, para deixar só a banca privada operar", disse Falcão nesta sexta-feira. "Uma coisa é você ter aporte do Tesouro quando o banco está em dificuldade ou quando as coisas estão encaixando com facilidade, o que não é o caso agora. Outra coisa é reduzir o papel dos bancos públicos, isso nós não vamos fazer."

São Paulo - Em entrevista aos jornais Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, a presidente reeleita Dilma Rousseff disse que fará o "dever de casa" - o que significa reduzir gastos e apertar o controle da inflação, segundo a petista disse aos oito jornalistas presentes no encontro que aconteceu ontem.  Dilma, contudo, afirma que não irá cortar o número de ministérios. Atualmente, o governo tem 39 pastas. De acordo com ela, ninguém ainda foi convidado para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda. No entanto, ela já teria conversado com Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco e um dos cotados para assumir o cargo. Mas, segundo Dilma, ele apenas teria sido gentil.  Veja uma seleção de 10 frases que a presidente disse para os jornalistas.
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