Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília: o presidente do PT, Rui Falcão, disse que havia um "disse me disse" e "especulações" de que o acordo não seria cumprido (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2012 às 23h43.
Brasília - PT e PMDB fizeram um breve ato nesta quarta-feira para formalizar sua aliança para eleger o futuro presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro em 2013 e, com isso, esperam pôr fim às especulações entre as duas bancadas sobre o cumprimento desse acordo assinado em 2010, logo após a eleição da presidente Dilma Rousseff.
O candidato a ser eleito é o líder da bancada peemedebista, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que ainda se esforça em dizer que essa decisão será tomada pela bancada somente depois das eleições municipais. Contudo, ele foi saudado como candidato pelos petistas e peemedebistas presentes no breve ato político.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que havia um "disse me disse" e "especulações" de que o acordo não seria cumprido. E, por isso, seria bom que essa dúvida não persistisse.
"Queremos desfazer qualquer especulação existente...e que nossa aliança cresça mais ainda", disse Falcão. Segundo o vice-presidente da República, Michel Temer, que é presidente licenciado do PMDB, foi o petista quem propôs a reafirmação do acordo assinado pelos dois partidos.
"Vinham esparsamente (boatos) e o Rui Falcão me indicou essa circunstância e disse que era melhor ratificarmos esse documento. Mas nada que nos preocupasse nem no passado e nem agora", declarou Temer aos jornalistas no final do ato.
Alves disse ter procurado todos os líderes de partidos da Câmara para dizer que a ratificação do acordo não significava uma demonstração de que a eleição de fevereiro do ano que vem já estava decidida. "Liguei para dizer que não era oba, oba", afirmou.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que na semana passada disse à Reuters que esse acordo só deveria ser ratificado depois das eleições municipais, afirmou nesta quarta que toda bancada do partido na Casa ajudaria a eleger Alves.
"Quando o presidente do PT fala, a gente obedece", disse Tatto.
Questionados se o acordo entre os dois partidos também previa um revezamento no comando do Senado, presidido pelo senador José Sarney (PMDB-AP), petistas e peemdebistas preferiram não polemizar, dizendo que nesse caso "há uma questão regimental".
No Senado, pelo regimento interno da Casa, o maior partido tem a preferência para indicar o presidente, o que não impede que outros disputem o cargo.