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PT desiste de apoiar Rodrigo Maia para presidir a Câmara

Pressionado pela própria base, o PT desistiu de apoiar Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara

Rodrigo Maia: PT foi pressionado pela própria base para tirar apoio de deputado do DEM que votou pelo impeachment de Dilma Rousseff (AGÊNCIA BRASIL)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 08h29.

Brasília - Pressionado por sua própria base, o PT recuou e desistiu de apoiar a candidatura do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara .

A tendência, agora, é que o partido avalize Marcelo Castro (PMDB-PI), que também entrou na briga para ocupar a cadeira de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após a renúncia do deputado, atingido pela Operação Lava Jato .

Foi tensa a reunião da bancada do PT, nesta segunda-feira, 11, para decidir o rumo do partido na sucessão de Cunha.

De um lado, um grupo defendia o apoio a Maia - com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e, de outro, uma ala pregava a adesão a Castro, que foi ministro da Saúde e votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Havia, ainda, uma pequena ala que preferia a candidatura de Fernando Giacobo (PR-PR).

"Nitidamente, o apoio a Rodrigo Maia não é majoritário na bancada", resumiu o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

O deputado Andres Sanchez (SP) saiu irritado da reunião, na sede do PT. "Falam aqui que não se pode apoiar candidato nem partido que ficou a favor do impeachment. Se for assim, não apoiamos ninguém. E, depois, quem abraçou Maluf pode tudo", afirmou ele, lembrando acordo fechado na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, entre o então candidato do PT, Fernando Haddad, e o deputado Paulo Maluf (PP-SP), inimigo dos petistas.

O encontro durou quase cinco horas e, ao final, ninguém mais escondia o racha. "Não precisamos caminhar numa camisa de força antes da hora. Vamos cercando as vírgulas", contemporizou o deputado Patrus Ananias (PT-MG), ex-ministro de Dilma.

A ideia de endossar Maia, um entusiasta do impeachment, tinha o objetivo de quebrar a hegemonia do Centrão, bloco ligado a Cunha. A estratégia, porém, provocou forte reação de militantes do PT.

Composta por 58 deputados, a bancada vai agora procurar candidatos e partidos contrários ao que chama de "golpe", na tentativa de adotar posição comum na eleição que escolherá o presidente da Câmara, marcada para quarta-feira.

O PC do B e o PDT, por exemplo, são dois partidos que se posicionaram contra o afastamento de Dilma. Apesar de divididas, porém, essas legendas se mostram hoje mais propensas a endossar Maia, em acordo que também passaria pelo PSDB do senador Aécio Neves (MG).

O PT vai propor, ainda, que a cassação de Cunha seja votada nesta semana, antes do recesso branco. "Se não for assim, a eleição será contaminada", disse o deputado Henrique Fontana (RS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Pressionado por sua própria base, o PT recuou e desistiu de apoiar a candidatura do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara .

A tendência, agora, é que o partido avalize Marcelo Castro (PMDB-PI), que também entrou na briga para ocupar a cadeira de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após a renúncia do deputado, atingido pela Operação Lava Jato .

Foi tensa a reunião da bancada do PT, nesta segunda-feira, 11, para decidir o rumo do partido na sucessão de Cunha.

De um lado, um grupo defendia o apoio a Maia - com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e, de outro, uma ala pregava a adesão a Castro, que foi ministro da Saúde e votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Havia, ainda, uma pequena ala que preferia a candidatura de Fernando Giacobo (PR-PR).

"Nitidamente, o apoio a Rodrigo Maia não é majoritário na bancada", resumiu o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

O deputado Andres Sanchez (SP) saiu irritado da reunião, na sede do PT. "Falam aqui que não se pode apoiar candidato nem partido que ficou a favor do impeachment. Se for assim, não apoiamos ninguém. E, depois, quem abraçou Maluf pode tudo", afirmou ele, lembrando acordo fechado na eleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, entre o então candidato do PT, Fernando Haddad, e o deputado Paulo Maluf (PP-SP), inimigo dos petistas.

O encontro durou quase cinco horas e, ao final, ninguém mais escondia o racha. "Não precisamos caminhar numa camisa de força antes da hora. Vamos cercando as vírgulas", contemporizou o deputado Patrus Ananias (PT-MG), ex-ministro de Dilma.

A ideia de endossar Maia, um entusiasta do impeachment, tinha o objetivo de quebrar a hegemonia do Centrão, bloco ligado a Cunha. A estratégia, porém, provocou forte reação de militantes do PT.

Composta por 58 deputados, a bancada vai agora procurar candidatos e partidos contrários ao que chama de "golpe", na tentativa de adotar posição comum na eleição que escolherá o presidente da Câmara, marcada para quarta-feira.

O PC do B e o PDT, por exemplo, são dois partidos que se posicionaram contra o afastamento de Dilma. Apesar de divididas, porém, essas legendas se mostram hoje mais propensas a endossar Maia, em acordo que também passaria pelo PSDB do senador Aécio Neves (MG).

O PT vai propor, ainda, que a cassação de Cunha seja votada nesta semana, antes do recesso branco. "Se não for assim, a eleição será contaminada", disse o deputado Henrique Fontana (RS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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