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PT adia candidaturas para atrair aliados e tentar conter Ciro

Decisão ocorreu poucas horas depois de uma reunião entre Gleisi Hoffmann, Paulo Câmara e Carlos Siqueira

PT: partido decidiu prorrogar a definição das candidaturas estaduais e nacional (Mario Tama/Getty Images)

PT: partido decidiu prorrogar a definição das candidaturas estaduais e nacional (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 08h40.

São Paulo - A Executiva Nacional do PT decidiu, na noite de terça-feira, 5, prorrogar a definição das candidaturas estaduais e nacional do partido. O objetivo é ganhar tempo para negociar uma aliança nacional com possíveis aliados, especialmente o PSB, e evitar que estes partidos reforcem a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT).

A decisão ocorreu poucas horas depois de uma reunião entre a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Depois do encontro, os petistas voltaram a acreditar na possibilidade de uma aliança com o PSB com base em acertos estaduais. PT e PSB negociam apoios mútuos em 11 Estados (PE, MG, BA, CE, AP, AM, PB, AC, PI, ES e RO). Embora petistas mantenham publicamente o discurso de manutenção da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, a prorrogação do calendário dá tempo para a construção de uma alternativa ao ex-presidente (condenado e preso pela Operação Lava Jato).

As chaves para o entendimento são Pernambuco, onde o PSB quer apoio para a reeleição de Paulo Câmara, e Minas - o PT quer o PSB junto com Fernando Pimentel.

Com a decisão da Executiva, o PT pernambucano é obrigado a adiar pela segunda vez o encontro estadual que vai decidir entre o apoio à Câmara ou a candidatura própria da vereadora Marília Arraes, que estava marcado para Domingo.

Estimativas internas apontavam para a possibilidade de vitória de Marília, o que inviabilizaria a aliança nacional com o PSB.

Apoio

A reunião entre as cúpulas, na terça, também renovou a esperança do PT de contar com o apoio do PSB em Minas, depois do avanço da pré-candidatura ao governo do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB).

"Respeitamos a postulação do ex-prefeito, mas não haveria nenhum tipo de anormalidade em uma aliança do PT com o PSB em Minas", disse o deputado Odair Cunha (PT-MG).

Dirigentes petistas cogitam oferecer a Lacerda vaga de vice na chapa presidencial. A pessoas próximas, Lacerda tem dito que "Minas é que vai decidir" seu futuro político.

A resolução da Executiva do PT diz que as pré-candidaturas estaduais estão mantidas "até que as tratativas com os demais partidos sejam acordadas" e cita explicitamente o nome de Marília Arraes.

No entanto, a resolução deixa claro que todas decisões estaduais estão subordinadas à eleição presidencial. Um dos principais objetivos do partido, hoje, é evitar o isolamento.

Além disso, o PT quer evitar que PSB e PCdoB embarquem na candidatura de Ciro e transformem o presidenciável do PDT na principal alternativa eleitoral da esquerda.

"O PT fará de tudo para viabilizar uma aliança nacional com PSB e PCdoB", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Câmara.

Os encontros estaduais do PT, alguns marcados para o próximo fim de semana, ficaram para os dias 27 a 29 de julho e a convenção nacional que vai oficializar o nome do PT na disputa presidencial foi adiado de 28 de julho para entre 30 de julho e 5 de agosto.

Nesta quarta-feira, 6, Marcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, abriu negociações com Felipe Espírito Santo, presidente da Fundação da Ordem Social, do PROS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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