O deputado Chico Alencar: o membro do PSOL compete com o favorito Henrique Eduardo Alves, do PMDB, pela presidência da Câmara (Helvio Romero/Agência Estado)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 16h33.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 17h27.
Brasília - O PSOL lançou o deputado Chico Alencar (RJ) para concorrer à presidência da Câmara na eleição marcada para a próxima segunda-feira (04).
Com uma bancada de apenas três deputados e sem a menor chance de ameaçar a posição do favorito, o peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), o partido marca posição com o lançamento da candidatura, protesta contra o que considera a "hegemonia da pequena política" e divulga a proposta de resgate da autonomia, independência, protagonismo, austeridade e transparência da Casa.
"O Senado da República e a Câmara dos Deputados não podem ficar prisioneiros da política rasteira, fundada no patrimonialismo, no clientelismo, no toma lá dá cá da mera reprodução de mandatos, por mais que essas práticas sejam antigas na vida nacional", prega a bancada do PSOL. O líder, deputado Ivan Valente (SP), disse que a candidatura própria do partido é "um contraponto radical, frontal e nítido" aos candidatos que contam com o apoio do governo federal e dos maiores partidos de oposição.
Com o lançamento de Alencar, são agora quatro os candidatos à sucessão do deputado Marco Maia (PT-RS) na presidência da Câmara. Júlio Delgado (PSB-MG) e Rose de Freitas (PMDB-ES), também estão na disputa com o candidato oficial do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que conta com o apoio dos maiores partidos, como o PT e o PSDB. No Senado, o franco favorito é o peemedebista Renan Calheiros (AL).
"O PMDB da moral homogênea aspira dirigir as duas casas do Congresso e conta com o apoio da base do governo e da oposição conservadora. Seus candidatos são bem conhecidos não como notáveis, apesar de antigos e experientes parlamentares, mas como notórios frequentadores de territórios nebulosos na vida pública", afirmou Valente, no manifesto de lançamento da candidatura de Chico Alencar.
"Negamos o condomínio de poder que articula grandes empreiteiras, partidos da ordem e encomendas dos governos, e que não quer ser investigado - como revelou o melancólico fim da CPMI Cachoeira/Delta", protesta o partido. "Uma outra prática política é possível e necessária", defende o PSOL.
O registro das candidaturas para os sete cargos da Mesa Diretora e quatro suplências termina às 22 horas do próximo domingo. Diferentemente do Senado, cuja eleição será nesta sexta-feira (01), os deputados elegerão o presidente na sessão marcada para as 10 horas de segunda-feira. As datas distintas quebram a tradição no Congresso de eleições simultâneas nas duas Casas. Setores do PMDB criticaram a data marcada por Maia. Eles temem que a eventual eleição de Renan Calheiros, amanhã, possa prejudicar os votos de Henrique Alves na Câmara, pelo fato de alguns parlamentares questionarem o comando das Casas nas mãos de um único partido.
O plenário da Câmara já está preparado para a eleição, com a instalação de 18 urnas eletrônicas para a votação pelos 513 deputados. Caso um dos candidatos não atinja a maioria dos participantes da sessão, a disputa vai para segundo turno com os dois mais votados.