Brasil

PSL e PCO são os partidos menos transparentes do país

Ranking inédito mostra que partidos brasileiros não divulgam informações básicas. Nova sigla de Bolsonaro lidera

Bolsonaro: partido zero transparente (Leonardo Benassatto/Reuters)

Bolsonaro: partido zero transparente (Leonardo Benassatto/Reuters)

Luiza Calegari

Luiza Calegari

Publicado em 12 de março de 2018 às 16h56.

Última atualização em 13 de março de 2018 às 10h55.

São Paulo – O Partido Social Liberal (PSL), nova casa do deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro, divide com o Partido da Causa Operária (PCO) o título de sigla menos transparente do Brasil, de acordo com um levantamento inédito divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Movimento Transparência Partidária.

No entanto, nenhum dos partidos políticos brasileiros pode se gabar de ter apresentado bons resultados: em uma escala de 0 a 10, a maior nota foi do Novo, de 2,5.

Tanto o PSL quanto o PCO conseguiram zerar o ranking já que não divulgam nenhum dos dados  pesquisados pelo Transparência Partidária.

De acordo com o cientista político Humberto Dantas, coordenador da pesquisa, nenhum dos critérios é uma exigência “fora da realidade”. “São as informações que eu, enquanto cidadão, mereceria saber se quisesse me filiar a esse partido”, afirma.

O cientista político Marcelo Issa, coordenador do Movimento Transparência Partidária, ressalta que boa parte das informações que fazem parte da lista já estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a relação de filiados dos partidos, por exemplo.

“Nós achamos que os partidos não divulgam essas informações porque nenhum outro divulga. Então, a intenção com esse levantamento é justamente premiar com visibilidade as legendas que mostrem estar se esforçando para serem mais transparentes com a população”, argumenta.

Critérios

Para fazer o cálculo do ranking, o Transparência partidária dividiu as exigências de divulgação em quatro grandes eixos, cada um deles com quatro critérios básicos:

  • CONTABILIDADE: receitas, despesas, patrimônio e formato do dado
  • DIRIGENTES E FILIADOS: relação de filiados, lista de dirigentes, histórico dos dirigentes e relação dos candidatos
  • PROCEDIMENTOS: regras para ocupação de cargos nos partidos, para a escolha dos candidatos nas eleições, para aplicação dos recursos do partido e composição do comitê de ética
  • ESTRUTURA PARTIDÁRIA: relação dos órgãos decisórios e executivos, portal específico da fundação com contabilidade, relação de contratados do partido com salário e agenda de atividades dos dirigentes.

Cada um dos critérios recebe uma nota de até 2,5. Assim, cada eixo tem uma nota máxima de 10. O resultado final é calculado obtendo-se a média entre os quatro eixos.

Veja o ranking completo:

PartidoNota (de 0 a 10)ContabilidadeDirigentesProcedimentosEstrutura
NOVO2,56022
PT1,580023,5
DEM0,880003,5
PMDB0,880003,5
PP0,880003,5
PRB0,880003,5
PSB0,880003,5
PSDB0,880003,5
PSOL0,880003,5
PTB0,880003,5
PV0,880003,5
SD0,880003,5
PCB0,750003
PCdoB0,750003
PDT0,750003
PMN0,750003
PPS0,750203
PR0,750003
PROS0,750003
REDE0,750003
PHS0,630002,5
PPL0,630200,5
PRTB0,630002,5
PSC0,630002,5
PSTU0,630002,5
AVANTE0,50002
PMB0,50002
PODEMOS0,50002
PRP0,50002
PSDC0,50002
PTC0,50002
PSD0,380001,5
PEN0,130000,5
PCO00000
PSL00000

 

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