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PSDB pede retirada de trechos do depoimento da Odebrecht

Advogados do PSDB solicitaram que sejam retirados de depoimento no TSE os trechos em que Aécio Neves, presidente nacional do partido, é citado

PSDB: partido pediu ao TSE que retire de depoimento trechos em que o senador Aécio Neves é citado (Orlando Brito / PSDB/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de março de 2017 às 15h58.

Última atualização em 4 de março de 2017 às 16h00.

Brasília -- Os advogados do PSDB na ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff - Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitaram ao ministro Herman Benjamin, relator do processo, que retire dos autos os trechos nos quais o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional do partido, é citado nos depoimentos do empreiteiro Marcelo Odebrecht e do ex-executivo do Grupo Odebrecht Benedicto Júnior.

"O PSDB fez ontem (anteontem) apenas uma solicitação verbal ao TSE para supressão de declarações relacionadas ao PSDB durante os depoimentos prestados. A petição apresentada foi uma iniciativa dos advogados do partido que buscam preservar a integridade dos ritos processuais, ao solicitar que não constasse do relatório conteúdos alheios ao objeto das investigações. A solicitação teve o apoio do Ministério Público Eleitoral", informou o partido ao Estado.

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Segundo o PSDB, o objetivo da supressão dos trechos nos quais Aécio é citado é apenas processual, para evitar atrasos no andamento da ação, e a íntegra dos depoimentos, inclusive com as menções ao tucano, poderá ser acessada depois que for levantado o sigilo dos autos.

"O objetivo é unicamente de natureza processual, uma vez que o assunto é estranho à ação em andamento no tribunal eleitoral", diz a nota. "A manutenção das declarações implicaria em possível protelação do processo. A solicitação feita não impede acesso ao conteúdo após o fim do sigilo determinado pela Justiça."

Durante os depoimentos, advogados da presidente cassada Dilma Rousseff alegaram que faz parte da tese da defesa mostrar que adversários da petista também recebiam doações.

Ontem, Aécio publicou um vídeo na página do PSDB e nas redes sociais em que afirma que os depoimentos de Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do Grupo Odebrecht, e de Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, não associaram o seu nome a qualquer prática de caixa 2. "Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje (ontem), o senhor Benedicto afirma que eu solicitei recurso por caixa 2 ou qualquer outro meio."

O senador afirmou também que o depoimento de Marcelo Odebrecht mencionou transferências de recursos ao PSDB em 2014 feitas "oficialmente, via caixa 1". Aécio disse que Odebrecht não falou em caixa 2 e que isso, por si só, "é motivo de reconhecimento da lisura da campanha". O tucano afirmou que "como dirigente partidário, tinha o dever de tentar ajudar dezenas, centenas de candidatos, e sempre da forma correta, da forma legal, da forma lícita".

O ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) negou ontem, via assessoria, ter recebido recursos de caixa 2 da Odebrecht durante sua campanha pelo governo de Minas em 2014. Na disputa, o tucano foi derrotado por Fernando Pimentel (PT). A defesa de Pimenta disse que "todos os valores arrecadados para a campanha política foram devidamente declarados".

A assessoria do deputado Dimas Fabiano (PP), parlamentar que, segundo Benedito Júnior, teria ficado com parte dos R$ 6 milhões, informou que ele não conhece o ex-executivo. Dimas é filho do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, um dos nomes envolvidos no esquema conhecido como Lista de Furnas, que seria o repasse de recursos desviados da estatal para campanhas políticas.

Outro citado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) já havia dito que "nunca tratou, no curso de toda sua trajetória pessoal ou política, com qualquer pessoa ou empresa sobre qualquer assunto ilícito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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