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PSB diz que pedirá cancelamento do termo de posse de Lula

A cerimônia de nomeação, que aconteceria na semana que vem, foi adiantada para esta quinta-feira, 17, às 10h


	O deputado Julio Delgado: a cerimônia de nomeação, que aconteceria na semana que vem,
 (Antonio Cruz/ABr)

O deputado Julio Delgado: a cerimônia de nomeação, que aconteceria na semana que vem, (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 08h18.

Brasília - O deputado Julio Delgado (PSB-MG) anunciou que a bancada do partido na Câmara dos Deputados vai pedir amanhã o cancelamento do termo de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

A cerimônia de nomeação, que aconteceria na semana que vem, foi adiantada para esta quinta-feira, 17, às 10h. A justificativa do PSB seria o grampo telefônico divulgado hoje com uma conversa entre Lula e a presidente Dilma Rousseff. Os deputados acreditam que houve "desvio de finalidade".

A nota do PSB afirma que os membros da bancada do partido foram tomados por "revolta e indignação" após a notícia de que Lula havia aceitado o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.

O deputado disse que os áudios de Lula indicam "gestos toscos" e que "está claro" que o objetivo do ex-presidente era tentar obstruir as investigações. Delgado disse que ele e seus colegas de bancada são solidários ao juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. "Se o Moro precisar, estamos aqui", afirmou.

Delgado contou também que a ação da bancada do partido foi motivada principalmente pela manifestação em frente ao Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira, com cerca de cinco mil pessoas, onde diversos manifestantes pediram "que os deputados tomassem uma atitude".

"Não cabe a nós julgar a legalidade da divulgação desses áudios, e sim o teor", informou o deputado, que disse não acreditar que a atitude de impedimento é precipitada.

O objetivo dos deputados é entregar uma Ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, com fundamento no artigo 102 da Constituição, amanhã, às 8h, no STF.

No grampo telefônico divulgado hoje, Dilma informa Lula que um assessor vai lhe entregar o termo de posse para que ele utilize, "se necessário".

Na interpretação dos deputados do PSB, a presidente e Lula teriam agido para tentar evitar que o ex-presidente fosse preso pela Polícia Federal - como ministro, Lula só pode ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Lula, estou mandando o Bessias com o papel que (você) só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse", diz Dilma em conversa grampeada e liberada pelo juiz Sergio Moro.

O Palácio do Planalto no entanto alegou, nesta noite, que o objetivo foi colher a assinatura de Lula no documento para o caso de ele não poder comparecer à cerimônia.

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