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PSB diz que não aprovará reforma da Previdência como está

Segundo o porta-voz do partido, o projeto tem pontos positivos e negativos, mas os parlamentares socialistas não aceitam algumas das medidas

Previdência: com 34 deputados e 7 senadores, o PSB vive um estremecimento na sua relação com o governo (./Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 18h00.

São Paulo - O PSB, apesar de fazer parte da base aliada do governo de Michel Temer, não aprovará a reforma da Previdência da forma como foi apresentada pelo Executivo.

Segundo o secretário-geral do partido e presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, o projeto tem pontos positivos e negativos, mas os parlamentares socialistas não aceitam por exemplo a desvinculação das pensões com o salário mínimo.

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"Por que o governo não fez nenhuma proposta para acabar com as renúncias nas contribuições para a Previdência?", questiona Casagrande.

Ele adianta, porém, que o PSB deve apoiar a questão da idade mínima, que o governo vem defendendo como um dos pilares essenciais da reforma.

Com 34 deputados e 7 senadores, o PSB vive um estremecimento na sua relação com o governo desde o fim do ano passado, quando o diretório gaúcho aprovou uma moção para que o partido saísse da base de apoio de Temer.

Os socialistas têm um ministro na Esplanada, Fernando Bezerra Filho, que chefia a pasta de Minas e Energia. Na ocasião, ele reconheceu que existem divergências dentro do PSB, mas defendeu que o Brasil vive um momento difícil e que a legenda precisa prestar apoio à administração Temer.

Casagrande faz algumas críticas à condução da política econômica pelo governo, mas diz que as coisas estão melhorando, sobretudo depois que o Banco Central acelerou o ritmo de afrouxamento monetário.

"Ainda assim, precisamos retomar investimentos. O governo ainda não conseguiu acertar na parceria com a iniciativa privada. Precisamos acelerar as concessões e gerar emprego", defende.

Espírito Santo

Casagrande afirma que promoveu uma política fiscal prudente quando foi governador do Espírito Santo, entre 2011 e 2014, e acusa seu sucessor e rival político, Paulo Hartung (PMDB), de tentar diminuí-lo.

O atual governador disse esta semana, durante evento promovido pelo Credit Suisse em São Paulo, que recebeu o Estado com um déficit de R$ 1,4 bilhão em 2014 e conseguiu reverter isso para um superávit de R$ 176 milhões em 2015.

"Hartung conta uma meia-verdade. De fato houve um déficit em 2014, mas porque fizemos muitos investimentos, e ainda deixamos R$ 1,85 bilhão em caixa naquele ano", diz Casagrande.

Ele afirma ainda que é normal ter déficit de vez em quando, desde que no geral as contas do Estado estejam organizadas, e apontou que Hartung também registrou uma rombo primário em 2010, quando terminava seu segundo mandato.

O ex-governador reconhece que a folha de pagamento cresceu bastante na sua administração, mas argumenta que era preciso contratar policiais e outros servidores e que, mesmo assim, continuou cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Ele ainda critica o ajuste fiscal de Hartung, argumentando que é baseado basicamente em uma forte redução de investimentos e no congelamento do reajuste dos servidores.

"É preciso adotar medidas estruturantes que permitam aumentar a arrecadação e reduzir despesas no curto e no longo prazo", defendeu.

Casagrande disse que ainda não decidiu se vai concorrer novamente ao governo capixaba em 2018, mas também não descartou totalmente essa hipótese. "Estamos discutindo na direção nacional, ainda não entrei de cabeça nesse debate. Isso depende de um conjunto de fatores, dos aliados, da decisão partidária", afirmou.

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