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Protestos em massa contra Dilma tomam conta do Brasil

É um dia de protestos pela primeira vez apoiados explicitamente por partidos da oposição.


	Protesto em São Paulo: espera-se que cerca de um milhão de brasileiros manifestem sua irritação em mais de 400 cidades
 (Nacho Doce/Reuters)

Protesto em São Paulo: espera-se que cerca de um milhão de brasileiros manifestem sua irritação em mais de 400 cidades (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2016 às 13h58.

Uma onda de manifestantes ao longo do Brasil pediam neste domingo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em meio a um clima de forte descontentamento social pela recessão econômica e o megaescândalo da Petrobras envolvendo a elite política e empresarial do país.

Espera-se que cerca de um milhão de brasileiros manifestem sua irritação em mais de 400 cidades, custodiadas por uma grande operação policial, durante um dia de protestos pela primeira vez apoiados explicitamente por partidos da oposição.

No Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos em agosto, milhares de pessoas percorreram a praia de Copacabana usando roupas verdes e amarelas, basicamente a camisa da seleção brasileiras, o traje favorito dos manifestantes.

"Estou me manifestando porque acho que apenas assim poderemos frear o desperdício das riquezas do país", afirma Marcelo Antunes, engenheiro de 66 anos. "Todos os brasileiros devem participar, não podemos ficar à parte", acrescentou.

As imagens aéreas de uma maré de pessoas pedindo uma mudança de governo tornou-se comum desde que o Brasil mergulhou na crise política e econômica.

Um avião de propaganda que sobrevoou as praias do Rio exibindo uma faixa com a inscrição "Não vai ter golpe" foi vaiada pela multidão.

Pouco depois, uma lancha navegou em frente à praia com uma bandeira que dizia "Fora Dilma".

São Paulo

Em Brasília, na esplanada central que leva ao Congresso, 100.000 manifestantes - segundo a polícia militar -se agruparam em torno dos carros de som, onde os organizadores lançavam slogans contra o governo.

O gigantesco boneco inflável representando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário voltou a ser colocado diante do Congresso, em meio a gritos de apoio ao juiz Sérgio Moro e a operação Lava-Jato, que levou para a prisão vários políticos e empresários envolvidos no escândalo da Petrobras.

Em São Paulo os manifestantes começaram a se reunir cedo para a passeata que, segundo as estimativas, deve reunir um milhão de pessoas à tarde, no centro financeiro da cidade.

"Vim porque estou cansada de ver tanta corrupção e para reclamar contra a desordem em que se transformou este país. Chega de roubo, chega", declara Rosilene Feitosa, aposentada de 61 anos.

"Eu votei no PT, mas, agora, nunca mais", acrescentou. Em São Paulo devem participar líderes da oposição, como o senador Aécio Neves, do PSDB.

Em São Bernardo do Campo, diante do apartamento de Lula, cerca de 300 pessoas também se manifestaram em apoio ao ex-presidente. Lula retribuiu à saudação, saiu, tirou fotos com os simpatizantes, e voltou para casa, segundo um fotógrafo da AFP.

A possibilidade de haver confrontos entre os manifestantes pró-impeachment e militantes do PT levou a presidente Dilma fazer um apelo para que se evite a violência. Imagens da TV também mostraram, grandes manifestações em outros estados, e, inclusive, em tradicionais redutos petistas, como a Bahia.

Sombra do impeachment

Com um PIB negativo (-3,8%) em 2015 e uma projeção negativa para este ano, um desemprego em alta e as contas públicas no vermelho, o Brasil entrou em uma espiral de desânimo que se abateu até mesmo na coalizão de governo.

No sábado, o grande aliado do PT, o PMDB, realizou um congresso para avaliar sua aliança com o governo. Ficou decidido que o partido debaterá durante 30 dias se abandona ou não Dilma a sua própria sorte.

A convenção do partido do vice-presidente Michel Temer, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, transcorreu em um clima de oposição que pode beneficiar a ideia do impeachment.

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