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Proposta nos EUA pode prejudicar etanol brasileiro

Os brasileiros já prometem abrir um processo contra os EUA na Organização Mundial de Comércio

Etanol brasileiro pode ter sua tarifa de importação nos EUA dobrada (DIVULGACAO)

Etanol brasileiro pode ter sua tarifa de importação nos EUA dobrada (DIVULGACAO)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 07h54.

Washington - Uma proposta que circula no Congresso dos Estados Unidos com boas chances de aprovação pode, na prática, dobrar a tarifa de importação do país para o etanol do Brasil. A nova legislação é um forte revés para os fabricantes brasileiros que esperavam pelo fim do programa americano de subsídios ao etanol, previsto para ocorrer em três semanas. Se a proposta vingar, os brasileiros prometem abrir um processo contra os EUA na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Na semana passada, o senador democrata Max Baccus, presidente do comitê de Finanças do Senado americano, propôs renovar por mais um ano o programa de apoio ao etanol, reduzindo os subsídios aos distribuidores de combustível para adicionar etanol à gasolina dos atuais US$ 0,45 por galão para US$ 0,36. Com a redução, as despesas dos EUA com esses subsídios diminuiriam de US$ 6 bilhões por ano para US$ 3,6 bilhões.

A tarifa de importação cobrada para o etanol brasileiro, no entanto, seria mantida em US$ 0,54 por galão. Como o subsídio vale para qualquer tipo de etanol, nacional ou importado, ao reduzir o subsídio sem mexer na tarifa, o Congresso americano está, na prática, aumentando a diferença entre o preço do etanol brasileiro e o americano. Hoje, a diferença entre o subsídio e a tarifa de importação é de US$ 0,09. Após as mudanças, aumentaria para US$ 0,18 - ou seja, vai dobrar, o que desestimulará a importação do etanol do Brasil.

“Agora é hora de o Brasil pôr toda a pressão possível para evitar que essa distorção continue. Temos uma chance, mas é necessário pressão de todos os lados”, disse Joel Velasco, representante da União da Indústria Canavieira (Unica) em Washington. A notícia preocupa bastante os usineiros brasileiros que organizaram um lobby profissional na capital americana para lutar pelo fim dos subsídios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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