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Propina na Petrobras era paga em parcelas, diz dono da UTC

Ribeiro foi ouvido como testemunha de acusação em processo que apura corrupção de R$ 20 milhões nas obras do Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio

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	UTC: "as primeiras vezes eram durante a concorrência. Depois passou a ser uma coisa mais automática", afirma Ribeiro sobre pagamento de propina
 (foto/Divulgação)

UTC: "as primeiras vezes eram durante a concorrência. Depois passou a ser uma coisa mais automática", afirma Ribeiro sobre pagamento de propina (foto/Divulgação)

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Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Mateus Coutinho

Publicado em 10 de outubro de 2016, 21h43.

São Paulo - O dono da empreiteira UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, afirmou nesta segunda-feira, 10, ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba, que os pagamentos de propinas no esquema de corrupção na Petrobras eram "automático" e os valores repassados "em parcelas fixas e mensais" aos executivos da estatal e aos partidos, em especial ao PT e PP.

Ele foi ouvido como testemunha de acusação em processo que apura corrupção de R$ 20 milhões nas obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio.

"As primeiras vezes (os pagamentos de propina) eram durante a concorrência. Depois passou a ser uma coisa mais automática e mais..., não posso chamar de corriqueira, porque isso não é corriqueiro, mas era uma coisa que vinha uma atrás da outra", afirmou Pessoa, ao explicar ao procurador da República Julio Noronha qual era o momento da cobrança dos valores de corrupção.

"Não havia esse momento, era sempre depois do contrato, porque que tinha que saber qual era o valor, qual era o fluxo de caixa do contrato, geralmente se pagava essas propinas não logo no primeiro ou no segundo mês, no meu caso eu sempre fazia a partir do quarto, quinto mês até três meses antes de acabar e transformava isso em parcelas fixas e mensais."

Delator da Lava Jato, Pessoa foi ouvido como testemunha de acusação no processo que tem, além do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque - braço do PT no esquema de arrecadação de propinas -, o presidente afastado da OAS José Aldemário Pinheiro e o ex-tesoureiro do partido Paulo Ferreira.

"Metade (da propina) ia para a mão dos Partido dos Trabalhadores através do senhor João Vaccari", explicou Pessoa. A outra parte ia para o que se chamava "Casa", que era a corrupção dos agentes públicos sustentados nos cargos pelos partidos envolvidos.

Além do PT, o delator detalhou, mais uma vez, que o PP também recebia propinas referente aos contratos feitos pela Diretoria de Abastecimento. O valor fixo era de 1% do valor dos contratos - e em seus aditivos, em alguns casos.

Operador

Pessoa confirmou que o lobista Adir Assad foi um dos operadores que auxiliou nos repasses de valores de propinas nas obras da Petrobras. Assad está preso e é réu no processo das obras do Novo Cenpes. Ele citou ainda o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

"Os pagamentos eram feitos com recursos de caixa-2 e através de empresas, diversas empresas, que transformava em recursos e serviços não prestados, que depois eram dado a Alberto Youssef que era uma espécie de banco da UTC para isso", contou o dono da UTC.

O empreiteiro confirmou que as empresas Rock Star e SM Terraplanagem, do lobista Adir Assad, eram usadas para fornecimento de dinheiro em espécie para entrega à Youssef. Era o doleiro que guardava os recursos de caixa-2 da UTC, revelou.

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