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Promotoria diz que versão dos réus sobre massacre é falsa

Os policiais acusados disseram ser inocentes e garantiram que agiram em legítima defesa, após confronto com os presos


	Julgamento do Massacre do Carandiru: toda a ação para reprimir a rebelião em 1992 resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. Nesta etapa, estão sendo julgados 25 policiais militares acusados.
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Julgamento do Massacre do Carandiru: toda a ação para reprimir a rebelião em 1992 resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. Nesta etapa, estão sendo julgados 25 policiais militares acusados. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 12h16.

São Paulo – O início da fase de debates entre defesa e acusação do julgamento do Massacre do Carandiru começou hoje (2), por volta das 10h30, com a explanação da promotoria. O promotor de Justiça Fernando Pereira Filho defendeu a tese de que os réus criaram uma versão mentirosa durante os interrogatórios, que ocorreram ontem (1) e quarta-feira (31). Os policiais acusados disseram ser inocentes e garantiram que agiram em legítima defesa, após confronto com os presos.

A acusação questionou os jurados sobre a versão mentirosa montada pelos réus ou sobre a contradição entre o que dizem agora em relação ao que haviam dito antes. Fernando citou o livro-reportagem escrito pelo jornalista Hélvio Borelli, Vozes do Carandiru, com entrevistas fornecidas pelos policiais que atuaram na época.

Diferentemente do que os réus afirmaram no interrogatório, os policiais mencionam no livro que as tropas atuaram do lado direito do corredor, que formava um “U”. O promotor leu, inclusive, trecho que menciona o momento em que as tropas do lado direito e esquerdo temiam se encontrar e disparar tiros entre si.

O promotor propôs também aos jurados uma reflexão sobre a importância desse processo (o julgamento do Massacre do Carandiru), o mais complexo da história dos tribunais brasileiros. “Temos, pelo menos, mais 200 volumes além desses”, disse, apontando para a grande pilha de papéis sobre a mesa do juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo. Ele destacou que se trata do julgamento de uma conduta criminosa por parte dos policiais. “Não pode prevalecer o desrespeito à lei, à Constituição. Isso aqui não é um filme de mocinho e bandido”, disse ele.

Toda a ação para reprimir a rebelião em 1992 resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos. Nesta etapa, estão sendo julgados 25 policiais militares acusados.

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