A descoberta sobre o rombo na Fundação Butantan foi possível a partir da quebra de sigilo bancário dos acusados, autorizadas judicialmente. (Marcos Santos/USP Imagens)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 22h56.
São Paulo - O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - braço do Ministério Público de São Paulo -, denunciou à Justiça onze acusados pela prática de furtos de valores da Fundação Butantan que, entre 2005 e 2008 atingiram a quantia de R$ 33, 48 milhões.
A investigação aponta 'prática de 340 furtos contra a Fundação Butantan, com subtrações de expressivos valores'.
Os promotores do Gaeco estimam que se houver atualização monetária do montante subtraído 'essa quantia certamente atingirá uma centena de milhões de reais'.
A descoberta sobre o rombo na Fundação Butantan foi possível a partir da quebra de sigilo bancário dos acusados, autorizadas judicialmente.
"O Gaeco conseguiu verificar que grande parte do dinheiro subtraído se destinava às pessoas que foram denunciadas", assinala nota divulgada pelo Núcleo de Comunicação Social do Ministério Público de São Paulo.
Os promotores do Gaeco também incluíram na denúncia o crime de uso de documento falso para a abertura fraudulenta de conta bancária 'para operacionalizar maior volume de furtos'.
Eles destacam que a Fundação Butantan obtém para o Instituto Butantan as verbas públicas para a produção de imunobiológicos, soros, vacinas e outros produtos importantes para a saúde da população brasileira, para a produção científica e o desenvolvimento nacional.
Com a palavra, a Secretaria de Estado da Saúde:
"A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo esclarece que o Instituto Butantan ajudou nas investigações do Ministério Público. À época, tanto a Presidência quanto a Superintendência da Fundação Butantan foram afastadas e substituídas. A nova gestão do Instituto e a própria Secretaria continuarão auxiliando nas investigações, tanto de problemas ocorridos no passado quanto dos de agora, em que uma auditoria encomendada pelo governo do Estado encontrou uma série de irregularidades de gestão na fundação e no instituto, ocorridas entre 2011 e 2015, na gestão de Jorge Kalil, e em que o Tribunal de Contas do Estado apontou o sumiço de R$ 8 milhões do Butantan em bens materiais."