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Projeto de Porto de R$ 3,5 bi na Bahia recebe licença

Agora, é a falta de capital para investimentos que pode atrasar a construção do porto

A ideia do novo porto surgiu de uma consulta da Bamin ao governo, com o objetivo escoar o minério de ferro que a empresa possui em Caetité para o exterior (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2012 às 09h14.

Salvador - Foram cinco anos de elaboração e readequação de projetos, 60 horas de audiências públicas em sete municípios e dezenas de estudos geográficos e de impactos socioambientais até que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) concedesse a licença prévia para o controverso projeto do Porto Sul, na Bahia, na última quarta-feira.

Agora, é a falta de capital para investimentos que pode atrasar a construção do porto, orçado em R$ 3,5 bilhões.

A maior investidora privada do projeto, a Bahia Mineração (Bamin), que responde por R$ 1 bilhão da obra, sofre com a crise financeira vivida por sua controladora, a Eurasian Natural Resources (ENRC), do Casaquistão, que este mês anunciou o adiamento por tempo indeterminado de "todos os projetos de expansão, incluindo o desenvolvimento dos projetos de minério de ferro no Brasil".

"A hipótese de a Bamin suspender o investimento no porto não existe", afirma o governador da Bahia, Jaques Wagner. "Estive com os CEOs da empresa, o do Brasil e o mundial, e eles reafirmaram o interesse em fazer parte do porto. Estou contando com a carga da Bamin para a evolução do projeto."

A Bamin ainda não se pronunciou sobre a concessão da licença prévia do Ibama para o Porto Sul, nem sobre o adiamento de investimentos de sua controladora ENRC no Brasil. Segundo a assessoria da empresa, o presidente José Francisco Viveiros ainda está estudando os termos da licença, e só depois deverá falar sobre os temas.


A discussão em torno da instalação do Porto Sul começou em 2007, quando o governo anunciou a intenção de construir uma estrutura intermodal no litoral sul da Bahia para escoar minério e grãos provenientes das regiões oeste e sul do Estado.

A ideia surgiu de uma consulta da Bamin ao governo, sobre a possibilidade de construir um porto privado para escoar o minério de ferro da mina que a empresa possui em Caetité, no semiárido baiano, para o exterior.

A ideia da empresa, inicialmente, era construir um mineroduto até o ponto mais próximo no litoral - nos arredores de Ilhéus, 458 quilômetros ao sul de Salvador - e operar um porto offshore próprio. A partir da consulta, o governo uniu outros interesses ao projeto.

Planejou um complexo intermodal, com a inclusão de um aeroporto e a interligação do porto à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Além disso, previu a construção de um porto público, com a instalação de estruturas para armazenamento de grãos, líquidos (como etanol) e outros minérios. Apresentado oficialmente em 2008, o projeto tinha orçamento previsto de R$ 4 bilhões e previsão de inauguração em 2012.

Inicialmente planejado para ser instalado em uma área de preservação ambiental, a Ponta do Tulha, o projeto enfrentou forte resistência de ativistas ambientais e empresários de turismo, que afirmavam que o projeto traria mais prejuízos que benefícios à região.

O Ibama também pressionou, exigindo uma série de adaptações nas propostas e a realização de audiências públicas em todos os municípios impactados pelo porto. O governo cedeu. Elaborou novo projeto, mudando o porto de lugar - passou para a localidade de Aritaguá, cinco quilômetros ao sul da Ponta do Tulha - e reduzindo suas dimensões (os 4,8 mil hectares de área iniciais passaram a 1,8 mil hectares).

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Salvador - Foram cinco anos de elaboração e readequação de projetos, 60 horas de audiências públicas em sete municípios e dezenas de estudos geográficos e de impactos socioambientais até que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) concedesse a licença prévia para o controverso projeto do Porto Sul, na Bahia, na última quarta-feira.

Agora, é a falta de capital para investimentos que pode atrasar a construção do porto, orçado em R$ 3,5 bilhões.

A maior investidora privada do projeto, a Bahia Mineração (Bamin), que responde por R$ 1 bilhão da obra, sofre com a crise financeira vivida por sua controladora, a Eurasian Natural Resources (ENRC), do Casaquistão, que este mês anunciou o adiamento por tempo indeterminado de "todos os projetos de expansão, incluindo o desenvolvimento dos projetos de minério de ferro no Brasil".

"A hipótese de a Bamin suspender o investimento no porto não existe", afirma o governador da Bahia, Jaques Wagner. "Estive com os CEOs da empresa, o do Brasil e o mundial, e eles reafirmaram o interesse em fazer parte do porto. Estou contando com a carga da Bamin para a evolução do projeto."

A Bamin ainda não se pronunciou sobre a concessão da licença prévia do Ibama para o Porto Sul, nem sobre o adiamento de investimentos de sua controladora ENRC no Brasil. Segundo a assessoria da empresa, o presidente José Francisco Viveiros ainda está estudando os termos da licença, e só depois deverá falar sobre os temas.


A discussão em torno da instalação do Porto Sul começou em 2007, quando o governo anunciou a intenção de construir uma estrutura intermodal no litoral sul da Bahia para escoar minério e grãos provenientes das regiões oeste e sul do Estado.

A ideia surgiu de uma consulta da Bamin ao governo, sobre a possibilidade de construir um porto privado para escoar o minério de ferro da mina que a empresa possui em Caetité, no semiárido baiano, para o exterior.

A ideia da empresa, inicialmente, era construir um mineroduto até o ponto mais próximo no litoral - nos arredores de Ilhéus, 458 quilômetros ao sul de Salvador - e operar um porto offshore próprio. A partir da consulta, o governo uniu outros interesses ao projeto.

Planejou um complexo intermodal, com a inclusão de um aeroporto e a interligação do porto à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Além disso, previu a construção de um porto público, com a instalação de estruturas para armazenamento de grãos, líquidos (como etanol) e outros minérios. Apresentado oficialmente em 2008, o projeto tinha orçamento previsto de R$ 4 bilhões e previsão de inauguração em 2012.

Inicialmente planejado para ser instalado em uma área de preservação ambiental, a Ponta do Tulha, o projeto enfrentou forte resistência de ativistas ambientais e empresários de turismo, que afirmavam que o projeto traria mais prejuízos que benefícios à região.

O Ibama também pressionou, exigindo uma série de adaptações nas propostas e a realização de audiências públicas em todos os municípios impactados pelo porto. O governo cedeu. Elaborou novo projeto, mudando o porto de lugar - passou para a localidade de Aritaguá, cinco quilômetros ao sul da Ponta do Tulha - e reduzindo suas dimensões (os 4,8 mil hectares de área iniciais passaram a 1,8 mil hectares).

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