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Professores da rede municipal de São Paulo encerram greve após 117 dias

A paralisação dos professores começou no dia 10 de fevereiro, em meio à segunda onda de coronavírus na capital paulista

Professores: a paralisação dos começou no dia 10 de fevereiro, em meio à segunda onda de coronavírus na capital paulista (Bruna Prado/Getty Images)

Professores: a paralisação dos começou no dia 10 de fevereiro, em meio à segunda onda de coronavírus na capital paulista (Bruna Prado/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2021 às 13h07.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 14h59.

Professores da rede municipal de ensino decidiram na noite desta segunda-feira, 7, suspender a greve que já durava 117 dias na cidade de São Paulo. Os docentes aprovaram a última proposta da gestão Ricardo Nunes (MDB) e vão retornar às atividades presenciais, atualmente limitada a 35% de ocupação nas escolas por causa da pandemia de covid-19.

A paralisação dos professores começou no dia 10 de fevereiro, em meio à segunda onda de coronavírus na capital paulista. Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal (Sinpeem), a pauta principal é melhorar as condições sanitárias para o retorno presencial das aulas e defender o trabalho remoto enquanto a categoria não fosse vacinada. No mesmo mês, a prefeitura anunciou que iria descontar o salário dos profissionais em greve.

Uma nova rodada de negociações com a prefeitura aconteceu nesta segunda-feira, que propôs, caso a greve fosse encerrada, devolver 50% do valor descontado imediatamente e os outros 50% após reposição das aulas, além de retirar as faltas do prontuário e não punir os grevistas. Também teria oferecido intermediar conversas com o governo do estado para antecipar a vacinação dos professores.

A categoria discutiu e aprovou a proposta na noite desta segunda-feira, em assembleia. Presidente do Sinpeem, Cláudio Fonseca afirma que o movimento já teria resultado em uma série de "medidas pontuais" para reduzir os riscos de contaminação nas escolas.

"Pressionamos pela contratação de mais equipes de limpeza e novos mobiliários, com distanciamento e mais arejados", disse o representante do sindicato. "Também conseguimos assegurar que a Secretaria Municipal de Educação, por meio de ata de registro de preço, compre mais equipamentos de proteção individual (EPI) e mais testes RT-PCR e de saliva, para ter uma rotina de testagem até para os assintomáticos."

Ainda segundo Fonseca, cerca de 30.000 dos 80.000 profissionais de educação foram imunizados na cidade. "É bastante importante o compromisso de tentar antecipar o calendário de vacinação, hoje previsto para o período de 21 a 31 de julho", afirmou. "Antecipando ou não, queremos que sejam priorizadas vacinas com intervalo menor para a segunda dose, a Coronavac ou Johnson, tendo em vista a urgência que é retomar as aulas."

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação disse manter o diálogo com a categoria, tendo realizado 22 encontros com as entidades "a fim de escutar e buscar soluções que privilegiem as necessidades pedagógicas, sociais e psicológicas dos estudantes". "Vale ressaltar que havendo reposição e sendo garantido o atendimento ao aluno, o pagamento é realizado. Cada unidade escolar programa seu calendário para reposição. A SME segue as orientações das autoridades de Saúde e todos os protocolos necessários, com atendimento presencial de até 35% nas unidades, seguindo o decreto nº 60.058 de 27 de janeiro de 2021."

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