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Produtor do PR apoia greve, mas teme por cargas perecíveis

Caminhoneiros promovem manifestações em seis trechos de rodovias do Paraná, causando preocupação em produtores das áreas de carne e lácteos


	Caminhoneiros em protesto: produtores de carnes e lácteos tiveram prejuízos na primeira greve
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Caminhoneiros em protesto: produtores de carnes e lácteos tiveram prejuízos na primeira greve (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 17h37.

São Paulo - Caminhoneiros promovem manifestações em seis trechos de rodovias do Paraná nesta quinta-feira, 23, mas o único trecho com bloqueio parcial por enquanto é no quilômetro 186 da BR-376, em Marialva.

Nos demais cinco pontos, em Cascavel, Toledo, Capitão Leônidas Marques, Laranjeiras do Sul e Medianeira, manifestantes estão direcionando caminhões para pátios de postos de combustíveis.

Com a colheita de soja perto do encerramento, produtores rurais paranaenses estão mais preocupados com os setores de carne e lácteos, que tiveram prejuízos na primeira greve, entre fevereiro e março.

O Sindicato Rural de Cascavel manifestou apoio aos motoristas, mas mostrou preocupação com a possibilidade de prejuízos ao setor produtivo da região.

"As pautas de redução de preços de combustível e pedágio nos afetam diretamente e as apoiamos. Só ficamos preocupados porque na greve passada muitos produtores tiveram prejuízo. Não conseguiram levar produto especialmente em laticínio e frigorífico", explicou o diretor-secretário do sindicato, Paulo Cezar Vallini.

"Fomos informados de que carga viva poderá ser deslocada, mas fluxo de caminhão de ração não será permitido. Estamos apoiando, mas há uma preocupação grande."

Vallini explicou que na última greve a dificuldade de acesso ao combustível prejudicou a colheita e parte da entrega de grãos nas cooperativas, mas agora a soja já foi totalmente retirada das lavouras e o milho safrinha ainda não está em ponto de colheita na região.

Se os bloqueios se prolongarem, contudo, poderão afetar o transporte de adubo, semente e óleo diesel para a semeadura de trigo. A preocupação com o escoamento da soja é limitada, ao menos por enquanto. "A comercialização da soja não está em ritmo muito intenso", assinalou o representante do sindicato.

"Quem precisava vender em virtude de compromisso ou financiamento já comercializou. Aqueles ainda com soja não têm tanta urgência de vender agora." Além disso, ele destacou a importância crescente do transporte ferroviário em Cascavel no escoamento dos grãos para o Porto de Paranaguá.

O presidente do Sindicato Rural de Marialva, Lindalvo José Teixeira, relatou que o transporte de grãos está interrompido na região, mas o sindicato apoia o movimento, principalmente no que tange à insatisfação com o aumento dos combustíveis.

"A grande preocupação é que pode haver desabastecimento e paralisação do transporte dos itens produzidos. A nossa matriz de transporte principal é a rodoviária", ressaltou Teixeira, destacando que a expectativa dos produtores da região é a de que governo e motoristas cheguem a um consenso em breve.

Com a soja totalmente colhida na região, o sindicato vai acompanhar os desdobramentos da greve para avaliar o impacto sobre a comercialização de grãos. "Quanto ao escoamento da soja, no momento tudo está tranquilo. Hoje é o primeiro dia (de paralisação) e vamos ver o que vai acontecer."

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