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Problema operacional reduz produção de usinas térmicas

Relatório diário do operador mostra que entre 20% e 30% da potência das usinas não está disponível para operação

Vista de torres e cabos de alta tensão que transportam eletricidade: hoje, o Brasil tem 21.799 MW de capacidade instalada (REUTERS/Paulo Santos)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 08h09.

São Paulo - O Brasil não tem conseguido aproveitar toda a capacidade instalada das usinas termoelétricas para poupar água nos reservatórios.

Relatório diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico ( ONS ) mostra que entre 20% e 30% da potência das usinas não está disponível para operação.

Na quarta-feira, 23, por exemplo, isso representava 4.726 MW parados por algum tipo de restrição. Energia que seria suficiente para abastecer uma cidade de 12 milhões de habitantes.

Hoje, o Brasil tem 21.799 MW de capacidade instalada. Mas, às vezes, nem o volume disponível para operação é usado. Todos os dias o ONS programa uma quantidade de energia térmica para ser produzida.

Em muitos casos, o resultado da geração fica abaixo do previsto por uma série de problemas, que vão da falta de combustível (gás natural, carvão e biomassa) ao menor rendimento das unidades.

Nesta semana, pelo menos quatro usinas não operaram - ou produziram abaixo do previsto - por falta de combustível. Uma delas é Uruguaiana, que não tinha gás para funcionar.

O combustível é importado, desembarcado na Argentina e depois enviado por gasoduto até o sul do Brasil, onde está instalada a térmica.

Outros dois casos, Caçu e Ipaussu, tiveram problema por falta de biomassa (bagaço de cana). Candiota III reduziu a produção por falta de carvão, segundo o relatório do ONS.


No caso de Ipaussu, a Raízen, dona da usina, afirmou que está no começo da safra e, portanto, ainda tem pouca matéria-prima para produzir energia.

Já a Odebrecht, proprietária de Caçu, disse que, se em alguns dias ela produz menos, em outros gera acima do programado.

"Essa variação é normal e justificada por questões relacionadas à chuva, disponibilidade para transporte de matéria-prima, etc."

Outras dez usinas, segundo relatório do ONS, estão em manutenção. Juntas, elas têm capacidade de 2.877 MW, e 1.011 MW estão disponíveis.

Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antonio Veloso, afirmou que várias usinas estavam prestes a completar 12.500 horas de operação e teriam de parar para fazer a manutenção.

A maioria dessas usinas é movida a diesel e óleo combustível.

"O País tem uma capacidade instalada, mas não pode usar por uma série de problemas", afirma Walter Froes, da CMU Comercializadora.

Na atual situação, qualquer megawatt gerado por térmica poderia fazer diferença nos reservatórios, hoje com 37,8% de armazenamento no Sudeste/Centro-Oeste.

No passado, o descumprimento da geração térmica rendeu multas e suspensões por parte da Aneel. Algumas persistem até hoje. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O Brasil não tem conseguido aproveitar toda a capacidade instalada das usinas termoelétricas para poupar água nos reservatórios.

Relatório diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico ( ONS ) mostra que entre 20% e 30% da potência das usinas não está disponível para operação.

Na quarta-feira, 23, por exemplo, isso representava 4.726 MW parados por algum tipo de restrição. Energia que seria suficiente para abastecer uma cidade de 12 milhões de habitantes.

Hoje, o Brasil tem 21.799 MW de capacidade instalada. Mas, às vezes, nem o volume disponível para operação é usado. Todos os dias o ONS programa uma quantidade de energia térmica para ser produzida.

Em muitos casos, o resultado da geração fica abaixo do previsto por uma série de problemas, que vão da falta de combustível (gás natural, carvão e biomassa) ao menor rendimento das unidades.

Nesta semana, pelo menos quatro usinas não operaram - ou produziram abaixo do previsto - por falta de combustível. Uma delas é Uruguaiana, que não tinha gás para funcionar.

O combustível é importado, desembarcado na Argentina e depois enviado por gasoduto até o sul do Brasil, onde está instalada a térmica.

Outros dois casos, Caçu e Ipaussu, tiveram problema por falta de biomassa (bagaço de cana). Candiota III reduziu a produção por falta de carvão, segundo o relatório do ONS.


No caso de Ipaussu, a Raízen, dona da usina, afirmou que está no começo da safra e, portanto, ainda tem pouca matéria-prima para produzir energia.

Já a Odebrecht, proprietária de Caçu, disse que, se em alguns dias ela produz menos, em outros gera acima do programado.

"Essa variação é normal e justificada por questões relacionadas à chuva, disponibilidade para transporte de matéria-prima, etc."

Outras dez usinas, segundo relatório do ONS, estão em manutenção. Juntas, elas têm capacidade de 2.877 MW, e 1.011 MW estão disponíveis.

Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antonio Veloso, afirmou que várias usinas estavam prestes a completar 12.500 horas de operação e teriam de parar para fazer a manutenção.

A maioria dessas usinas é movida a diesel e óleo combustível.

"O País tem uma capacidade instalada, mas não pode usar por uma série de problemas", afirma Walter Froes, da CMU Comercializadora.

Na atual situação, qualquer megawatt gerado por térmica poderia fazer diferença nos reservatórios, hoje com 37,8% de armazenamento no Sudeste/Centro-Oeste.

No passado, o descumprimento da geração térmica rendeu multas e suspensões por parte da Aneel. Algumas persistem até hoje. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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