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Privatização dos Correios: PL deve ser enviado ao Congresso nos próximos dias

Projeto de lei que acaba com o monópolio do setor postal e abre caminho para a venda da estatal deve ser levado aos parlamentares por Fábio Faria, ministro das Comunicações

Fábio Faria, ministro das Comunicações, deverá levar PL do serviço postal ao Congresso nos próximos dias (Andressa Anholet/Getty Images)
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Carla Aranha

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 16h39.

O projeto de lei que abre o caminho para a privatização dos Correios deverá ser levado pessoalmente por Fábio Faria, ministro das Comunicações, ao Congresso nos próximos dias, após a assinatura do presidente Jair Bolsonaro . A nova legislação, que acaba com o monópolio da estatal sobre o serviço postal, representa o primeiro passo para a desestatização dos Correios.

Ao mesmo tempo, avançam os estudosde modelagem econômica da privatização, conduzidos pelo BNDES e o consórcio liderado pela Accenture e Meyer, Sendacz, Opice e Falcão Advogados. A expectativa é que desestatização seja concluída até o final do ano.

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Uma das missões do BNDES é destrinchar o passivo dos Correios e levantar possíveis fantasmas no armário. A dívida da estatal, que acumulou prejuízos da ordem de 5,5 bilhões de reais entre 2015 e 2017, é de pelo menos 14 bilhões de reais, segundo um levantamento do Ministério da Economia.

Com cerca de 95 mil funcionários, os Correios são uma das maiores estatais do país -- pelo menos uma parte dos servidores corre o risco de perder o emprego com a venda da companhia. AAssociação dos Profissionais dos Correios, contrária à privatização, entrou com uma ação de inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da inclusão da empresa no programa de desestatização do governo. No final de janeiro, o STF solicitou ao Congresso e ao governo federal informações sobre o processo de privatização.

Até o momento, no entanto, não há sinal de interferência no cronograma previsto para a privatização. O projeto de lei que prevê a quebra do monópolio da estatal sobre o serviço postal deverá ser apreciado pelo Congresso no primeiro semestre e os estudos sobre a venda da estatal devem se encerrar até outubro.

O BNDES deve conduzir sondagens, junto ao mercado, sobre a proposta de valor da empresa e o melhor modelo para a venda. Estão em pauta opções como a capitalização e a venda fatiada, por praças. "A universalização do serviço será mantida", diz Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia.

 

 

 

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