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Prisão de Lula é só mais um capítulo do golpe, diz Dilma nos EUA

Em discurso na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, a ex-presidente reafirmou que Lula será candidato nas eleições de 2018

Dilma Rousseff fala em evento em Berkeley, nos Estados Unidos (Valéria Bretas/Site Exame)

Valéria Bretas

Publicado em 17 de abril de 2018 às 11h06.

Última atualização em 17 de abril de 2018 às 11h20.

Berkeley, Califórnia — Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, depois de ter sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, a também ex-presidente Dilma Rousseff (PT) está em uma espécie de turnê por universidades americanas para denunciar o que chama de golpe.

Na noite desta segunda-feira (16), a ex-presidente discursou na Universidade de Berkeley, na Califórnia, e fez comparações entre o momento atual do país e a ditadura militar, que vigorou no Brasil por três décadas.

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“Quando se trata de golpes militares, se suspendem os direitos de toda a população. O golpe de hoje não tem as mesmas características. Ele é um golpe parlamentar com um objetivo estratégico claro”, disse.

Segundo a ex-presidente, a estratégia da oposição é tirar dos holofotes o partido que conduziu o governo federal durante 13 anos. O primeiro capítulo dessa saga, diz ela, teria começado com o seu impeachment. O segundo seria a prisão de Lula.

Dilma também destacou que, apesar das polêmicas envolvendo as lideranças do partido, Lula não perdeu a sua força.

Mesmo preso e impedido de concorrer a cargo político por ter sido condenado, o ex-presidente Lula permanece na liderança das pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro, segundo sondagem divulgada no último domingo pelo instituto Datafolha. O levantamento mostra, no entanto, que o petista perdeu seis pontos percentuais em relação a pesquisa anterior.

Nos três cenários em que aparece como candidato, a intenção de voto em Lula ficou na casa dos 30%, o dobro da registrada pelo segundo colocado, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que somou cerca de 15%.

Questionada sobre a decisão do PT em manter a candidatura de Lula, Dilma argumentou que não há motivo para tirar o ex-presidente da disputa, sendo ele, hoje, o mais aprovado entre os brasileiros. “Eles [oposição] que acham ele culpado. Nós achamos ele inocente. Ele é o nosso candidato”, afirmou.

Dilma também deve sair candidata nas eleições deste ano. No começo do mês, ela mudou seu domicílio eleitoral para Belo Horizonte e deve tentar uma vaga ao Senado pelo estado. Uma pesquisa divulgada em outubro passado mostra que ela lidera a corrida pelo posto.

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