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Pressionado, Lula nomeou Costa, acusa doleiro

Segundo Youssef, o ex-presidente teve de negociar e cedeu às pressões do PP e aliados no Congresso para que Paulo Roberto Costa fosse nomeado


	Lula: os envolvidos chegaram a trancar a pauta de votações por 90 dias para que ele aceitasse a nomeação, disse o doleiro
 (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Lula: os envolvidos chegaram a trancar a pauta de votações por 90 dias para que ele aceitasse a nomeação, disse o doleiro (Yasuyoshi Chiba/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2014 às 08h40.

São Paulo e Curitiba - O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de negociar e cedeu às pressões do PP e aliados no Congresso para que Paulo Roberto Costa fosse nomeado diretor de Abastecimento da Petrobras, em 2004, para operar um esquema de superfaturamento, desvios de recursos e caixa 2 na estatal, denunciado na Operação Lava Jato.

Em depoimento à Justiça, o doleiro Alberto Youssef revelou que os envolvidos chegaram a trancar a pauta de votações por 90 dias para que ele aceitasse a nomeação.

"Tenho conhecimento que, para que Paulo Roberto Costa assumisse a cadeira de diretor de Abastecimento, esses agentes políticos trancaram a pauta no Congresso por 90 dias. Na época era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficou louco, teve que ceder e realmente empossar o Paulo Roberto na diretoria de Abastecimento", disse Youssef.

Na noite desta quinta-feira, 9, em plenária do PT realizada no centro de São Paulo, Lula disse que já "está de saco cheio de denúncias em véspera de eleição". "É todo ano a mesma coisa." E acrescentou: "Toda época de campanha é igual. Começam a aparecer as denúncias e ninguém precisa provar nada, é só insinuar", disse Lula.

O doleiro e o ex-diretor da estatal disseram à Justiça ter participado de um esquema de loteamento político de diretorias da Petrobras. Segundo eles, as propinas variavam de 1% a 3% do valor dos contratos, "muitos bilhões de reais", abasteceram partidos - PT, PMDB e PP - e serviram de caixa 2 em 2010.

Costa e Youssef afirmaram que, desde 2004, cinco diretorias da estatal foram divididas entre as três legendas para cobrança de propina de empresas em troca de grandes contratos, "com conhecimento tanto da presidência da companhia como do presidente da República". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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